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As autoridades chinesas impediram a saída do país do filho de um advogado especializado em questões de direitos humanos, como parte da campanha de repressão que já levou à detenção de centenas de profissionais.
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O advogado Liu Xiaoyuan, que lida com casos sensíveis como o do intelectual uigur Ilham Tohti, condenado a prisão perpétua, confirmou à Efe que a polícia negou autorização ao seu filho Liu Yuyang, de 21 anos, para sair do país, com o objetivo de estudar no exterior.
As autoridades apreenderam o passaporte do estudante e o pai acredita que isso ocorreu por conta de sua relação com o escritório Fengrui, do qual era sócio. "Estão pressionando muito os advogados, especialmente, os que são deste escritório", disse Liu à Efe.
Entre os advogados que trabalham para a Fengrui, encontra-se Wang Yu, cujo filho, de 16 anos, foi detido na Birmânia e extraditado, depois de ter tentado fugir da China. O filho de Wang queria ir para os Estados Unidos da América, também para estudar, depois dos seus pais terem sido detidos em julho, na recente operação das autoridades chinesas.
"Ir atrás das famílias não é algo novo, mas fazê-lo com menores é uma tática muito feia. Parece que nada para a polícia", criticou a pesquisadora da Chinese Human Rights Defenders, Frances Eve.
Liu Xiaoyuan considerou que se trata de "táticas da Revolução Cultural" e comentou que, em agosto, um mês depois de começarem as detenções e interrogatórios a advogados de direitos humanos por todo o país, o filho de outro profissional também foi impedido de sair para o Reino Unido, onde ia participar em um programa de intercâmbio para estudantes.