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BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) - A Argentina, que está em moratória, tenta prorrogar o prazo para concluir a negociação de sua dívida. A previsão inicial é que um acordo seria fechado nesta sexta-feira (12). O ministro da economia, Martín Guzmán, e o presidente Alberto Fernández tentam fechar um acordo com os credores com dívida em moeda estrangeira.
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O país já descumpriu o prazo de pagamento duas vezes desde o início da pandemia do novo coronavírus, em 22 de maio e 7 de junho.
Pela proposta apresentada por Guzmán, a Argentina tenta conseguir três anos de suspensão de pagamentos. Na sequência, cobriria 0,40 centavos de dólar para cada dólar devido. Apenas um dos três grandes credores do país já deu sinal verde à proposta. Os outros dois ainda avaliam.
Entre os credores estão grandes fundos que investem em títulos mais arriscados em busca de resultados maiores, os chamados fundos abutres. Entre os mais conhecidos estão o Grupo Argentina Ad Hoc, do qual faz parte o fundo global BlackRock, Fintech e Gramercy, que já participaram de outra renegociação de títulos problemáticos da Argentina.
Apesar de o país está em moratória tradicional, protelando o pagamento de sua dívida em moeda estrangeira, o governo recusar o termo para qualificar a situação e preferir qualificar o atraso no pagamento de "moratória branda" ou "moratória técnica".
Independentemente da definição, as agências S&P e a Fitch, que avaliam o risco de calote de países e empresas, rebaixaram a nota do país.
Segundo informou a assessoria de imprensa do Ministério da Economia, haverá poucas mudanças na oferta argentina. Na avaliação do governo, prevalece o recado dado publicamente por Guzmán no último dia 2 de junho. Na ocasião ele disse que "o país não tem como enfrentar essa dívida sem danificar mais a economia".
Fernández destacou que "a Argentina não tem como pagar nada agora". Também reafirmou que a prioridade do país é vencer a pandemia do coronavírus. "Uma economia que cai é possível levantar, uma pessoa que morre, não", disse.
O país tentará ganhar novo prazo para a renegociação da dívida, mas o governo afirma que não tem muito mais que acrescentar ao valor definido na oferta inicial. Poderia haver, com muito esforço financeiro, uma elevação dos atuais 40 centavos por dólar para 47 centavos, talvez 50 centavos, mas desde que o país garantisse o prazo longo de carência.
Uma alternativa que o governo estuda é oferecer aos credores um cupom vinculado às suas exportações agrícolas e, com isso, completar a diferença entre a proposta e o valor devido.
"Não estamos em condições de melhorar a oferta, podemos fazer pequenos ajustes, mas a oferta é esta", disse Guzmán ao portal de notícias Infobae.