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Com as mortes de 365 pessoas por covid-19 registradas em 24 horas, o estado de São Paulo, mais uma vez, bateu o recorde de óbitos diários pelo novo coronavírus. O recorde anterior havia sido registrado no dia 10 de junho, quando em um dia, 340 pessoas morreram em decorrência do vírus.
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As 24 horas entre o boletim desta segunda-feira e o divulgado hoje (16) também tiveram o maior número de novos infectados por covid-19 registrados em um dia no estado. Foram ao todo 8.825 novos casos no período.
Com isso, o estado de São Paulo totaliza hoje 190.285 casos confirmados do novo coronavírus, com 11.132 mortes. Já o total de curados, pessoas que estiveram internadas e receberam alta médica, chegou hoje a 33.761.
Os recordes de casos e de óbitos geralmente ocorrem às terças-feiras, quando são contabilizados os exames que ficam represados nos finais de semana. Além disso, o governo credita recorde de casos confirmados no boletim de hoje ao aumento de exames de diagnóstico da doença no estado. Quanto aos óbitos, o governo paulista diz que é preciso analisar o que vem ocorrendo a cada semana – e não somente em um único dia.
“Hoje ele [número de óbitos] deu um pequeno salto. Se pegarmos os últimos três dias [domingo, segunda e terça] e computarmos o número de óbitos e dividirmos por três, dá 185 óbitos por dia, em média. Nos próximos dias deve voltar a subir um pouco. Estamos mantendo uma média de 250 óbitos por dia, a cada semana. Apesar de ontem para hoje termos um número grande, isso não está diferente do que vem sendo observado nos últimos dias”, disse Carlos Carvalho, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo.
Segundo Carvalho, a capital e as cidades da Grande São Paulo vêm registrando queda na taxa de letalidade pelo novo coronavírus. Mas no interior, esta taxa vem crescendo. “Se percebermos que determinados hospitais públicos do interior estão registrando uma mortalidade maior do que estamos observando na Grande São Paulo, poderemos fazer intervenções ou re-treinar essas equipes para podermos equalizar essas taxas”, acrescentou.
A taxa de ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) para tratamento dos casos de covid-19 está hoje em 70,6% no estado e em 77,1% considerando-se apenas a Grande São Paulo. Segundo balanço da Secretaria estadual da Saúde de São Paulo, há 5.339 pessoas internadas em leitos de UTI e 8.396 em enfermaria, em casos suspeitos ou confirmados de coronavírus.
Segundo o coordenador de controle de doenças da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo Paulo Menezes o estado vem ampliando a sua capacidade de exames para diagnóstico do novo coronavírus. Até este momento, disse ele, o estado realizou 602.384 exames para diagnosticar o novo coronavírus, sendo que 525.666 deles foram feitos em pessoas com sintomas leves e 76.718 em casos graves.
Esses testes foram realizados tanto por meio sorológico, os chamados testes rápidos, que identificam anticorpos e casos passados, ou seja, a população que já teve contato com o vírus, quanto por RT-PCR, que avalia o material genético do vírus e é feito em casos ativos.
“Para se ter uma ideia, para casos não internados, um total de mais de 300 mil testes foram realizados no estado de São Paulo. Desses, 236 mil foram testes de RT-PCR e 77,6 mil foram testes rápidos. O que está contribuindo muito para o aumento de casos é essa testagem ampliada tanto para casos leves quanto para pessoas que já tiveram um quadro gripal. Nossa positividade de testes rápidos está em cerca de 1/3, ou seja 30% do total de testes já realizados”, falou Menezes.
De acordo com o coordenador, nas próximas duas semanas o governo irá distribuir 250 mil kits de testes RT-PCR nas cidades do interior, para aumentar o volume de pacientes com sintomas leves a serem testados. “Isso é importante porque isso fortalece as medidas de vigilância e de isolamento dos casos [confirmados] e de monitoramento de seus contatos”, ressaltou Menezes. “Nas próximas duas semanas, o volume de testes RT-PCR na nossa rede laboratorial vai aumentar significativamente. Nossa expectativa é de que triplique o volume de testes por dia na rede laboratorial nas próximas duas semanas”.
A taxa de isolamento social no estado de São Paulo ontem foi de 47%, bem próxima da taxa da capital, que ficou em 48%. O governo paulista considera satisfatória taxas que indiquem que acima de 55% da população está em casa. A taxa considerada ideal para diminuir a propagação do vírus e impedir um colapso no sistema de saúde é estimada em 70%.
O governo paulista anunciou hoje que cancelou o contrato de compra de respiradores com a Hichens Harrison & Co, que é intermediária com um fabricante chinês. Segundo o governo, apenas 30% do total adquirido foi entregue. O acordo inicial com a China previa a compra de três mil respiradores por US$ 100 milhões. Por problemas no prazo de entrega, o acordo foi repactuado pelo governo em maio, para a compra de 1.280 respiradores sob o pagamento de US$ 44 milhões.
"Com um dos fornecedores, o contrato terminou ontem e, nesse sentido, não houve a entrega total do que estava acordado. Em função disso, está cancelado o contrato. Vamos agora passar de uma fase operacional para uma jurídica de encerramento desse contrato", disse José Henrique Germann, secretário estadual da Saúde.
Segundo o secretário, desde o início da pandemia, o estado adquiriu 2,7 mil novos respiradores com vários fornecedores, sendo que 1.826 deles já foram entregues a hospitais públicos do estado. Desse total, 660 foram repassados ao governo paulista pelo Ministério da Saúde.
Com informação: Agência Brasil