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O chefe da diplomacia dos Estados Unidos afirmou hoje esperar uma solução "nas próximas semanas" sobre a reabertura das fronteiras com a Europa, fechadas desde meados de março devido ao novo coronavírus, sem explicar, porém, qualquer compromisso específico. "Tenho esperança de que iremos encontrar uma solução nas próximas semanas", declarou o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, numa conferência de imprensa em Washington.
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"Estamos trabalhando com países de todo o mundo, incluindo com os nossos amigos na Europa e na própria União Europeia (UE), para determinar de que forma as viagens internacionais podem ser novamente autorizadas em segurança", indicou o representante da administração americana, afirmando ser "importante para os Estados Unidos que os europeus possam regressar" e vice-versa.
E reforçou: "Estamos procurando encontrar a forma certa de o fazer, o momento certo, as soluções certas. Não queremos que a chegada de viajantes coloque em risco os Estados Unidos, tal como seguramente não queremos causar problemas em outros lugares".
Os Estados Unidos são atualmente o país com mais mortos associados à doença covid-19 (121.225) e mais casos de infecção pelo novo coronavírus confirmados (mais de 2,3 milhões).
Fontes europeias indicaram à Lusa que os Estados-membros da UE discutiram hoje a reabertura das fronteiras externas e os critérios para determinar que países terceiros serão autorizados a retomar as ligações à Europa, afirmando, no entanto, que a reunião desta quarta-feira foi inconclusiva.
Depois de a Comissão Europeia ter proposto, em 11 de junho, o levantamento gradual e parcial das restrições de viagens para a UE a partir de 01 de julho - uma vez reabertas as fronteiras internas -, a questão das fronteiras externas está agora sendo discutida entre os 27.
Um porta-voz do executivo comunitário sublinhou à Lusa que a recomendação da Comissão aos 27 é que "cheguem a acordo sobre uma lista dos países" aos quais seja novamente dada autorização para viagens "não indispensáveis".
Desde 17 de março passado que a UE encerrou as suas fronteiras externas a todas as viagens "não indispensáveis", no quadro dos esforços para conter a propagação da covid-19.
As fontes contactadas pela Lusa não quiseram confirmar a notícia divulgada na terça-feira pelo jornal americano The New York Times, segundo a qual uma lista provisória que circula entre os 27 inclui os Estados Unidos na lista de países aos quais ainda não será concedida autorização para viajar para a UE, dada a sua situação epidemiológica, o mesmo ocorrendo com o Brasil, outro país ainda com um elevado e crescente número de casos de infecção por covid-19.
A 13 de março, o Presidente Donald Trump proibiu a entrada nos EUA a viajantes procedentes da maioria dos países europeus, numa tentativa de travar a propagação da pandemia da doença covid-19. Medida que também aplicou aos viajantes provenientes da China, Irã, Brasil, México e Canadá.
A decisão relativa à Europa foi tomada por um período indefinido e, até ao momento, a administração americana não deu qualquer indicação sobre uma possível data para a reabertura de fronteiras.
Por seu lado, vários líderes europeus têm afirmado nas últimas semanas que a reabertura terá de ser feita com base numa reciprocidade.
Transmitida por um novo coronavírus detectado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China, a doença covid-19 já provocou mais de 477 mil mortos e infectou mais de 9,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência France Presse (AFP).
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.