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"Todas as reuniões, comícios, manifestações, passeatas e piquetes" que não façam parte dos Jogos Olímpico e Paralímpicos de Inverno estão proibidas em Sochi entre os dois 7 de janeiro e 21 de março. O decreto determina que as mesmas devem ser realizadas posteriormente.
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Entre outras medidas, também há restrições à entrada de veículos na cidade. Só automóveis com placas locais, automóveis de serviço de emergência e os que estiverem credenciados pelos organizadores dos Jogos poderão circular na cidade entre essas datas. A Olimpíada começa em 7 de fevereiro.
O decreto assinado por Putin foi entendido pela comunidade internacional como uma tentativa de impedir que sejam realizados protestos principalmente contra a polêmica lei russa que dá cadeia a quem fizer propaganda a favor do homossexualismo.
A lei antigay russa provocou fortes críticas internacionais antes dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi. Grupos de ativistas que defendem os direitos dos homossexuais promoveram a realização de um boicote por parte de alguns países ao evento, embora o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, tenham descartado recentemente a possibilidade de suas nações apoiarem este tipo de iniciativa.
Na quinta, o governo russo assegurou, em carta enviada ao Comitê Olímpico Internacional (COI), que não discriminará os homossexuais durante a Olimpíada de Inverno. Entretanto, avisou que irá defender a lei que proíbe propaganda gay durante o período de realização do evento, fato que gerou repercussão negativa internacional.
O COI recebeu uma carta endereçada pelo vice primeiro-ministro russo, Dmitry Kozak, na qual reitera que a Rússia cumprirá plenamente com as obrigações da Carta Olímpica, que proíbe discriminação de qualquer tipo. "A Federação Russa garante o cumprimento de suas obrigações diante do Comitê Olímpico Internacional em sua totalidade", afirmou Kozak.
Entretanto, o vice primeiro-ministro não recuou ao falar sobre a nova lei antigay em vigência na Rússia, que pune quem distribuir informação que pretenda persuadir menores de idade a acreditarem que relações "não tradicionais" são normais ou atrativas. A lei se aplica por igual a todos e "não pode ser vista como discriminação com base na orientação sexual", disse Kozak.