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BRUXELAS, BÉLGICA (FOLHAPRESS) - A pandemia de coronavírus na Europa "está longe de terminar", afirmou nesta quinta (2) a diretora da ECDC (agência europeia para o controle de doenças), Andrea Ammon.
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A agência, que atualizou sua avaliação de risco no continente, ressaltou que ainda há transmissão comunitária na maioria dos países e alguns passam por "grandes surtos localizados". Com a abertura de fronteiras externas a partir desse mês, há preocupação de que a transmissão saia de controle.
"Os virologistas não estão encantados com a abertura das fronteiras européias. É um perigo. A situação pode mudar da noite para o dia em qualquer país", disse à mídia belga o principal virologista do país, Marc Van Ranst, nesta semana.
De acordo com os números publicados pela ECDC, nos 14 dias encerrados no dia 1º de julho o número de novos casos por 100 mil habitantes cresceu em 16 países da União Europeia, quando comparado com as duas semanas anteriores.
A taxa é crescente na Alemanha, Áustria, Bulgária, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, França, Grécia, Lituânia, Luxemburgo, Noruega, Polônia, Portugal, República Tcheca, Romênia.Desses, cinco países tiveram também um número de casos acima da média da UE na quinzena: Bulgária, Luxemburgo, Romênia, Portugal e Suécia. Os dois últimos estão entre os países com transmissão ativa acompanhados pelo Imperial College e a taxa de contágio calculada para esta semana ficou acima de 1, o que significa que a transmissão está se acelerando.
Segundo a ECDC, alguns aumentos não revelam necessariamente problemas, como os causados pela forma de apuração (por exemplo, aumento de testes, mudanças de metodologia), na definição de casos, ou os de países de população pequena, em que poucos novos casos podem ter peso maior.
A agência vê risco moderado para a população em geral nos países em que os casos crescem por causa da retomada de atividade com relaxamento das medidas de precaução, ou por importação de casos (com a abertura de fronteiras). Segundo a ECDC, há "probabilidade muito alta de infecção e baixo impacto da doença", o que resulta no risco moderado.Já para populações vulneráveis o risco foi considerado elevado: probabilidade muito alta de infecção e impacto muito alto da doença.
A diretora da agência diz que os países devem fortalecer seus sistemas de monitoramento, com testes amplos, rastreamento de contatos e isolamento."Uma forte estratégia de comunicação de risco deve lembrar aos cidadãos que a pandemia não terminou", afirmou a ECDC."É um sistema que deve ser seguido diariamente. Devemos perceber que o vírus ainda está aqui. Você não vai me encontrar em um avião neste verão. Acho que o risco é grande demais. Meu ponto de vista pessoal? Fique em casa", afirmou Van Ranst.
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