Jean Wyllys: Bolsonaro é fascista e Brasil vive “epidemia de burrice”

Em entrevista ao programa de Mariana Godoy, ele falou de Bolsonaro, Eduardo Cunha e Dilma

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Política Entrevista 31/10/15 POR Notícias ao Minuto

O deputado federal Jean Wyllys (PSOL) foi o convidado desta sexta-feira (30) do programa Mariana Entrevista, da Rede TV!. Ao conversar com a jornalista Mariana Godoy, ele falou de política e de como é ser o único deputado federal assumidamente gay.

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Ele começou o bate papo comentando como é sua relação com os demais deputados. Ele afirmou que tem alguns que “não dirijo a palavra, porque tenho dignidade, como Bolsonaro, que é fascista declarado”. Ele continuou dizendo que Jair Bolsonaro "é adolescente da quinta série – e olha que tem adolescente da quinta série que se comporta melhor que ele”. 

“A força da grana define o voto”, disse Jean para explicar que ganha uma eleição quem tem dinheiro. “As pessoas têm necessidades e essa força da grana supre essa necessidade”. Ele diz que esse foi o caso tanto de Dilma quanto de Aécio e que, se estão qualificando como ilegal o dinheiro da Dilma, o de Aécio também foi. Ele acredita, no entanto, que essa cultura política está mudando.

Ele diz que o Brasil vive uma “epidemia de burrice”. Além disso, se declarou contra o ajuste fiscal de Dilma e ao tratamento dado ao povo indígena. Porém, isso não significa que seja a favor do impeachment ou que compactue com o que ele chamou de “canalhas” que se articulam para o afastamento. 

Sobre os escândalos envolvendo o presidente da Câmara Eduardo Cunha, Jean disse que, em qualquer outro país, ele já teria renunciado ou sido afastado. Mas, revelou que acredita que “até primeiro semestre do próximo ano ele deve estar na presidência da Câmara”. O deputado foi firme ao dizer que Cunha tem “feito um mal a esse país”. 

Polêmicas

Jean classificou o novo instituto da família como uma “aberração”: “o que afeta a vida das pessoas um casal homoafetivo que adotou uma criança ser reconhecido pelo Estado?”. Sobre isso, ele afirma que “não é uma relação de política, é uma relação de vida”. 

Perguntado sobre o preconceito, ele disse que “as pessoas não querem ver as minorias reagirem”. Quem faz ofensas, quer “botar a gente do lugar que a gente quer sair”, complementou ele.

Uma das questões polêmicas é com relação a regularização do aborto. Jean Wyllys disse que "é inadmissível que um país onde mais da metade da população é mulher, os direitos delas estejam nas mãos de homens". 

A jornalista perguntou se não é um contrassenso ser contra a legalização do aborto e a favor da pena de morte. “Quem é você para decidir quem vai viver?”, respondeu Jean. Entretanto, ele disse que é preciso sair do discurso moralista: “se as pessoas estão praticando, para que eu vou ser contra?”. Ele explica que as pessoas têm direito ao acesso à saúde e cuidados. 

Para finalizar, ele negou que vá se candidatar à presidência da república. Pelo menos, “ainda não”. 

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