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Após 117 dias de internação, um bebê prematuro que nasceu com apenas 24 semanas e 380 gramas, no Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas (HMIPV), em Porto Alegre, ganhará alta nesta quarta-feira, 4.
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Vitória, que ao nascer cabia na palma de uma mão, entrou para a história do hospital como o menor prematuro na instituição a sobreviver sem sequelas. A recuperação é considerada uma grande conquista para a equipe médica e para os familiares.
Conforme a neonatologista Silvana Streit Pires, o principal parâmetro para se definir as chances de sobrevivência de um prematuro é o peso, que tem como média 500 gramas. "Vitória chegou com bem menos que isso, o que dá uma dimensão do desafio que foi garantir a sobrevivência desta criança", diz a médica.
Riscos
Mesmo com os exames do pré-natal em dia, em razão da hipertensão, a mãe, Lisandra Perna, de 25 anos, foi aconselhada pela equipe obstétrica a se submeter a uma cesariana assim que exames mostraram que Vitória estava tendo dificuldades em crescer dentro do útero.
Os órgãos de Vitória já estavam formados, mas ainda não tinham condições de funcionar sem ajuda externa. A bebê não podia respirar sem auxílio de ventilação mecânica; a alimentação específica para bebês nestas condições só podia chegar ao minúsculo aparelho digestivo através de sondas; e a temperatura corporal só se mantinha em incubadoras especiais.
"Quero ir para casa e curtir todo esse momento que não podemos aproveitar dentro do hospital. O quartinho dela está pronto desde quando descobri que estava grávida", comemora Lisandra, feliz com o avanço da filha, que agora está com 2 quilos e 180 gramas.
Longe do hospital, a prematura receberá o acompanhamento de um oftalmologista. "Mas nada muito preocupante diante do que ela teve de superar. Mesmo com todo o cuidado que recebeu desde o parto, foi uma recuperação realmente surpreendente", comenta a médica. Com informações do Estadão Conteúdo.