Com pandemia, economia na América Latina deve cair 9,1% em 2020

O relatório diz ainda que os países devem impulsionar a retomada da atividade econômica, evitando medidas de austeridade e promovendo estímulos fiscais.

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Mundo América Latina 15/07/20 POR Notícias ao Minuto

A pandemia do novo coronavírus vai levar a uma queda de 9,1% na atividade econômica da América Latina e do Caribe em 2020. Com a retração, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita da região deve voltar ao alcançado em 2010, ou seja, a queda representa um retrocesso de 10 anos nos níveis de renda por habitante da região.

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A estimativa foi divulgada hoje (15) pela Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), organismo ligado à Organização das Nações Unidas. O órgão lançou um relatório atualizando para baixo a previsão de retração na atividade econômica da região.

O texto ressalta que a região vai acompanhar a tendência de queda na economia mundial. Dados da Cepal indicam que a queda no comércio mundial de bens e serviços pode chegar até 32%. Na região, as exportações já apresentaram queda de 23%.

Em abril, a projeção de queda no PIB era de 5,3%. Agora, segundo o relatório, a região apresentará uma queda do PIB de -9,1% em 2020, com diminuições de -9,4% na América do Sul, -8,4% na América Central e México e -7,9% no Caribe excluindo a Guiana, cujo forte crescimento leva o total sub-regional a uma menor contração (de -5,4%).

Entre os países, as quedas mais significativas apontadas pelo relatório ocorrerão na Venezuela, cuja estimativa de queda do PIB é de 26%; Belize, com queda de 14% e Peru, com redução de 13%. No Brasil, a queda projetada do PIB é de 9,2%.

Com a redução da atividade econômica espera-se que a taxa de desemprego regional seja em torno de 13,5% no final de 2020, o que representa um aumento de dois pontos percentuais na comparação com a estimativa divulgada em abril e um aumento de 5,4 pontos percentuais em relação ao valor registrado em 2019 (8,1%).

O relatório estima ainda que a retração econômica deve ocasionar o fechamento de mais de 2,7 milhões de micro e pequenas empresas, ocasionando perda de 8,5 milhões de postos de trabalho. As microempresas serão as mais afetadas.

A crise econômica provocada pelo novo coronavírus deve ocasionar o fechamento de 2,65 milhões de empresas. Além disso, 100 mil pequenas empresas de setores mais afetados pela pandemia, como o comércio, turismo entre outros, devem fechar as portas.

De acordo com o relatório, o número total de desempregados deve chegar a 44,1 milhões de pessoas, o que representa um aumento de quase 18 milhões com relação ao nível de 2019 (26,1 milhões de desempregados).

O relatório destaca ainda que a queda do PIB e o aumento do desemprego teriam um efeito negativo direto sobre a renda familiar. Com isso, a Cepal projeta que o número de pessoas em situação de pobreza aumentará 45,4 milhões em 2020, ficando em 230,9 milhões.

A projeção corresponde a um aumento de 37,3% da população latino-americana em relação ao registrado em 2019, quando 185,5 milhões se encontravam nessa condição.

“Dentro desse grupo, o número de pessoas em situação de extrema pobreza aumentaria em 28,5 milhões, passando de 67,7 milhões de pessoas em 2019 para 96,2 milhões de pessoas em 2020, número que equivale a 15,5% do total da população”, informou a Cepal.

A Cepal defende que, apesar de os países da região, em sua maioria, terem adotado medidas com renda básica de emergência para auxiliar financeiramente as famílias, é necessário um esforço adicional para satisfazer as necessidades básicas e sustentar o consumo das famílias.

Entre as medidas apontadas como necessárias estão a criação de um bônus contra a fome, equivalente a 70% de uma linha regional de extrema pobreza (US$ 67 de 2010) e cujo custo total é estimado em US$27,1 bilhões (0,52% do PIB regional), a possibilidade de expansão da renda básica de emergência para nove meses, além de iniciativas para apoiar empresas e trabalhadores em risco.

O relatório diz ainda que os países devem impulsionar a retomada da atividade econômica, evitando medidas de austeridade e promovendo estímulos fiscais. Também diz que as instituições financeiras internacionais devem aumentar as linhas de crédito.

Com informação: Agência Brasil

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