O que Guedes está propondo não é CPMF, diz Bolsonaro

Em uma das etapas da reforma tributária, Guedes planeja apresentar um imposto para incidir sobre transações digitais

© Reuters

Economia Ministro da Economia 19/07/20 POR Folhapress

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (18) que o novo imposto sobre transações defendido pelo ministro Paulo Guedes (Economia) não é a CPMF, mas se esquivou de responder se é favorável à proposta.

PUB

Em uma das etapas da reforma tributária, Guedes planeja apresentar um imposto para incidir sobre transações digitais.

As alíquotas estudadas pelo ministro variam de 0,2% a 0,4%, com potencial de arrecadação anual de R$ 60 bilhões a R$ 120 bilhões, que seriam usados para bancar uma desoneração da folha de pagamentos.

"O que o Paulo Guedes está propondo não é CPMF, não. É uma tributação digital. É uma compensação, é eliminar um montão de encargos em troca de outro. Agora, se a sociedade não quiser, não tem problema nenhum", disse em transmissão ao vivo em redes sociais, enquanto falava com apoiadores no palácio da Alvorada.

Perguntado se é favorável à proposta do ministro da Economia, o presidente evitou responder.

"Não pergunta se eu sou favorável não, porque aí já é maldade. A proposta do Paulo Guedes visa desonerar a folha de pagamento. A vida do empregado é difícil? É, mas a do patrão também é difícil. Não adianta você ter um montão de direitos. Aí não tem emprego", afirmou.

O imposto ganhou o nome de digital por pegar em cheio o crescimento do ecommerce, movimento acelerado no Brasil e no mundo em meio à pandemia e a restrição de circulação de pessoas.

Só em junho, em plena crise do coronavírus, a Receita Federal registrou R$ 23,9 bilhões de vendas com notas fiscais eletrônicas (vendas por lojas virtuais e entre empresas), um crescimento de 15,6% na comparação com maio e de 10,3% na comparação com um ano antes.

A Receita interpreta que há uma ampla base para a tributação e haveria boa oportunidade de arrecadação mesmo com uma alíquota considerada pequena pela equipe econômica. O plano segue um mote de mais pessoas pagando e todos pagando pouco.

Guedes rechaça a comparação da ideia à antiga CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras) dizendo que o novo imposto não seria aplicado a movimentações financeiras, mas sim sobre pagamentos.

A CPMF foi criada em 1993 pelo então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, durante o governo Itamar Franco. A cobrança levava o nome de IPMF (com i de imposto) e tinha começado no fim do ano, permanecendo até dezembro de 1994 com uma alíquota de 0,25%.

Em 1996 (já no governo FHC), a discussão sobre a CPMF foi ressuscitada e a cobrança recomeçou em janeiro de 1997. A CPMF foi prorrogada desde então, sendo elevada de 0,2% para 0,38%, e durou até 2007 (quando o governo Lula sofreu uma derrota no Senado).

A CPMF era cobrada em quase todas as transações bancárias (como saques de contas-correntes, transferências entre contas de diferentes titulares, cheques, pagamentos da fatura do cartão de crédito, de contas e boletos bancários)

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

economia Aposentados Há 1 Hora

Aposentadorias do INSS com reajuste serão pagas entre 27 de janeiro e 3 de fevereiro

fama Despedida Há 20 Horas

Familiares e amigos se despedem de Ney Latorraca

esporte Violência Há 36 mins

Cunhado da irmã de Endrick, do Real Madrid, é morto a tiros no Distrito Federal

fama Dua Lipa Há 21 Horas

Dua Lipa está noiva? Um grande anel de diamantes indica que sim

fama Hospital Há 23 Horas

Internado, influenciador Toguro desabafa sobre morte da mãe em hospital

fama Enfermidades Há 22 Horas

Famosos que sofrem de doenças incuráveis e como lidam com os desafios diários

economia Dinheiro Há 20 Horas

Prazo para sacar o Abono Salarial termina nesta sexta

esporte Futebol Há 20 Horas

Ídolos da seleção aprovam nome de Ronaldo para a CBF

fama Relato Há 19 Horas

Atriz de Bridgerton revela que a mãe não gostou das suas cenas 'quentes'

fama Celebridades Há 3 Horas

Relembre grandes nomes que nos deixaram em 2024