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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, evitou nesta quarta-feira, 22, comentar sobre o imposto sobre pagamentos - nos moldes da extinta CPMF - planejado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para compensar a desoneração da folha de pagamentos. "Sempre preocupa a qualquer banqueiro central qualquer imposto que gere desintermediação financeira, mas não comento sobre a parte tributária", afirmou, em videoconferência organizada pelo jornal Valor Econômico.
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Campos Neto negou que a autoridade monetária tenha convencido o Ministério da Economia a recuar da reoneração da cesta básica, com o objetivo de evitar uma alta na inflação. "O Banco Central não se envolve em temas tributários. De fato, algumas casas estimaram um impacto entre 0,9% e 1,2% na inflação com a reoneração da cesta básica, mas não fizemos nenhum tipo de intervenção nesse sentido", afirmou.
De última hora, o ministro da Economia decidiu retirar o aumento dos impostos dos produtos da cesta básica da proposta de reforma tributária enviada nesta terça-feira, 21, ao Congresso porque, na avaliação da equipe econômica, seria difícil explicar, neste momento, uma proposta que representasse um aumento do custo de vida para a classe média, segundo apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
A ideia era propor o fim da isenção de todos os produtos da cesta básica com um mecanismo de devolução dos tributos para a população de baixa renda via Renda Brasil, o programa social que presidente Jair Bolsonaro vai lançar em agosto para substituir o Bolsa Família. No entanto, o preço da cesta para a população com renda mais alta subiria.