© Divulgação / BNDES
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou que aguarda orientação do Conselho Monetário Nacional (CMN) sobre a revisão do corte no limite das operações do Programa de Sustentação de Investimento (PSI). "Nós estamos aguardando a orientação superior do Conselho Monetário", disse.
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No mês passado, o CMN havia determinado um corte de R$ 30,5 bilhões no orçamento do PSI e o encerramento do prazo para os pedidos de financiamento em 30 de outubro. Na última segunda-feira, 9, o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, informou ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que a presidente Dilma Rousseff havia decidido estender o prazo e reduzir o corte para R$ 27,5 bilhões.
Após participar do seminário sobre semicondutores "Semi South America", no Rio, Coutinho preferiu não comentar a decisão. "Não quero fazer comentários. Nós nos ajustaremos à decisão que vier a ser tomada. A decisão é do CMN, vamos cumpri-la na hora em que for tomada", afirmou.
Os R$ 3 bilhões "devolvidos" ao orçamento do PSI devem suprir a demanda por financiamentos que excedeu os R$ 19,5 bilhões preservados como limite na última resolução do CMN. "Toda vez que é fixada data de término (de algum programa), há uma espécie de corrida", disse Coutinho. "Precisamos depurar para ver o que de fato é sólido dessas consultas, o que é por movimento de antecipação. Esse processo está sendo verificado agora."
Multinacionais
Coutinho informou também que a desvalorização do real ante o dólar tem levado multinacionais a repensarem o papel e a estratégia para suas subsidiárias no Brasil. Segundo ele, a instituição de fomento tem sido procurada por empresas que querem converter as unidades produtivas no País em bases para exportação.
"As empresas cogitam mudar de estratégia e mudar o papel das unidades brasileiras (para servirem) como base de exportação, porque a taxa de câmbio as tornou agora competitivas, pelo menos na região ou contra outras economias em desenvolvimento, e mesmo para o mercado americano", afirmou.
Segundo o presidente do BNDES, a cadeia automotiva apresenta-se como grande interessada nesse processo, mas outros setores também têm interagido com o banco. "A resposta dos mercados à sinalização do câmbio é muito forte, é rápida, e o setor privado está se ajustando", disse.
Coutinho afirmou ainda que o BNDES tem de ser um "elemento de suporte para acelerar essa mudança", no sentido de reforçar a presença internacional das subsidiárias brasileiras. De acordo com ele, alguns projetos de engenharia, mirando em produtos para daqui três anos ou mais, já começam a chegar ao banco. "Às vezes é um pedido, em termos monetários, mais modesto, mas é a semente para o futuro para ter corrente de exportação da produção no País, um projeto industrial", avaliou. Parte desses projetos devem obter financiamentos dentro da linha do PSI Inovação, disse Coutinho.
Com relação aos desembolsos do BNDES neste ano, Coutinho informou que até agosto, último dado divulgado pelo banco, o recuo nominal era de 25% e segue neste patamar ou 'um pouco menos'. Com informações do Estadao Conteudo.