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O resultado ficou em R$ 3,759 bilhões, menos adverso do que o prejuízo de R$ 5,339 bilhões acumulado de julho a setembro do ano passado. Entre janeiro e setembro, o balanço da estatal ainda é positivo, com lucro de R$ 2,102 bilhões, queda de 58,1% sobre o mesmo período do ano passado.
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O prejuízo foi ainda mais negativo do que a expectativa de analistas do mercado financeiro que acompanham a estatal. A média das projeções de cinco casas consultadas (Brasil Plural, BTG Pactual, Itaú BBA, HSBC e uma quinta casa que pediu para não ser identificada) apontava para um prejuízo de R$ 2,345 bilhões. A diferença entre os dois valores ficou em 60,3%.
Mais uma vez, os números da Petrobras foram afetados por itens extraordinários. A companhia incluiu no Programa de Parcelamento Especial (Refis) uma dívida estimada em R$ 6 bilhões e com isso reduziu o valor do passivo para R$ 3 bilhões. Como R$ 876 milhões são liquidados com prejuízos fiscais, o impacto da operação no resultado trimestral foi de cerca de R$ 2 bilhões, líquido de impostos.
O prejuízo também tem origem no resultado financeiro, este impactado pelo efeito da valorização do dólar sobre as dívidas denominadas em moeda estrangeira. O resultado financeiro da Petrobras ficou negativo em R$ 11,444 bilhões, acima da despesa financeira líquida de R$ 972 milhões registrada entre julho e setembro de 2014. No acumulado do ano, o efeito cambial também tem relevância importante para o resultado financeiro negativo de R$ 23,113 bilhões.
Em contraste ao fraco resultado financeiro, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado alcançou R$ 15,506 bilhões, salto de 82,7% sobre o terceiro trimestre do ano passado, o pior resultado da Petrobras na última década. Foi naquele trimestre que a estatal fez os ajustes devidos em função da revelação de pagamentos de propina. Ao considerar um sobrepreço de 3% nos valores dos contratos assinados com empresas alvo de investigação na Operação Lava Jato, a Petrobras chegou a uma perda estimada de R$ 4,06 bilhões.
Além disso, no mesmo terceiro trimestre, a estatal contabilizou perdas bilionárias com o cancelamento dos projetos das refinarias Premium I e II e com recebíveis no setor elétrico. Essa combinação de fatores contribuiu para o forte prejuízo do período e para o Ebitda inferior a R$ 10 bilhões, o que não ocorria desde 2008.
No terceiro trimestre deste ano, por outro lado, tais itens não recorrentes não se repetiram e a companhia ainda foi beneficiada por um ambiente mais favorável no segmento de Distribuição. Os preços da gasolina e do diesel importados pela Petrobras encolheram, reflexo da queda da cotação internacional do petróleo, e nesse mesmo intervalo a estatal anunciou dois reajustes de gasolina e diesel vendidos no Brasil.
Os números acumulados entre janeiro e setembro apontam para um Ebitda ajustado de R$ 56,795 bilhões em 2015, expansão de 45,3% sobre igual intervalo do ano passado.
Receita
Se por um lado o petróleo em queda favorece a importação de combustíveis, por outro afeta a rentabilidade da área de Exploração e Produção (E&P) da Petrobras. Com a commodity em retração, a receita líquida da Petrobras somou R$ 82,239 bilhões entre julho e setembro, 6,9% menor do que a receita recorde de R$ 88,377 bilhões registrada no terceiro trimestre do ano passado.
A retração poderia ser ainda mais expressiva não fosse o crescimento da produção de óleo e gás natural na comparação entre terceiros trimestres e o dólar favorável às exportações. O aumento da produção tem origem principalmente no início da operação do navio-plataforma Cidade de Itaguaí, em julho passado, e na curva crescente de produção de plataformas cujas atividades tiveram início desde 2014. Com informações do Estadão Conteúdo.