7 coisas que você precisa saber sobre o Estado Islâmico

Alguns aspectos são essenciais para compreensão de alguns pontos obscuros sobre o Estado Islâmico

© Reuters

Mundo EI 22/11/15 POR Notícias ao Minuto

A invasão do Iraque por parte dos Estados Unidos, em 2003, fez com que o Ocidente começasse a ver notícias sobre os conflitos no Oriente Médio com mais frequência. Quando o grupo autodenominado Estado Islâmico passou a divulgar vídeos no qual cometia atrocidades, em 2014, a avalanche de notícias ruins chegou ao seu auge.

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Para esclarecer alguns pontos obscuros sobre o Estado Islâmico e para compreender a situação no Oriente Médio, a Super Interessante elaborou um guia com sete informações básicas que você precisa saber sobre o tema.

1. Sunitas x Xiitas

Quando Maomé, profeta, fundador do Islamismo e responsável pelo Alcorão, morreu, no século VII, teve início uma disputa para ver quem ocuparia seu lugar como líder da cultura islã. Ali, genro de Maomé, reinvindicava o cargo, mas era considerado muito jovem e inexperiente pelo povo; o escolhido pela maioria para ser o califa (governantes do islamismo considerados os sucessores do profeta Maomé, seja geneticamente ou escolhido pelo povo, e que reúna em si toda a fé islâmica sem limites geográficos) foi Abu Bakr, amigo do profeta.

A discordância dividiu a população islâmica, mas isto não foi alvo de conflitos inicialmente. Mas depois, a questão se tornou motivo para conflitos e hoje, além da desavença política sobre quem tem direito de comandar o mundo islâmico, questões religiosas também separam os dois grupos. Os xiitas, que correspondem a apenas 10% da população islâmica, seguem rigidamente as antigas interpretações do Alcorão e da lei islâmica, a Sharia, e defendem que os califas só podem vir da árvore genealógica de Maomé. No Irã e no Iraque eles representam uma parcela significativa da população.

Já os sunitas, que são a grande maioria (90%), adotam uma fonte de conhecimento diferente: o livro de Suna, no qual são relatados os grandes feitos de Maomé e, por essa natureza, tendem a ser mais abertos às transformações. O Estado Islâmico tem berço no povo sunita, apesar de ter uma linha diferente dos restante do povo, usando da violência.

2. As Guerras no Iraque

O Iraque foi invadido em 2003 pelos EUA. O pretexto: combater o terrorismo. A ocupação não ocorreu de forma pacífica, e os EUA enfrentaram extrema resistência de diversos grupos militares do país. Um dos grupos rebeldes que surgiu era Jama’at al-Tawhid wal-Jihaduma, liderado por Abu Musab al-Zarqawi, que se aliou a Osama Bin Laden e mudou o nome para Tanzim Qaidat al-Jihad fi Bilad al-Rafidayn, também conhecido como Al-Qaeda, em meados de 2004. Em 2006, o líder Zarqawi foi morto e Abu Omar al-Baghdadi chegou ao poder. Em outubro do mesmo ano, o grupo passou a se autointitular Estado Islâmico, cujo principal objetivo era estabelecer um estado islâmico nas áreas majoritariamente sunitas do país.

Por conta da violência gratuita praticada pelo grupo, a população iraquiana deixou de apoiá-los. Em 2010, quando os líderes Abu Omar al-Baghdadi e Abu Ayyub al-Masri foram assassinados por ações dos Estados Unidos, o líder Abu Bakr al-Baghdadi tomou conta.

Os EUA saíram do Iraque em 2011. Segundo a Super, um grupo xiita ficou responsável pela reestruturação do país, e mesmo após a elaboração de uma nova constituição e a transformação do país em parlamentarista, os ataques continuaram. Comandados por diversos grupos contrários ao governo pró-ocidente, entre eles o Estado Islâmico do Iraque, os bombardeios voltaram a ser rotina. Desde então, o EII (Estado Islâmico do Iraque) seguiu avançando territorialmente no norte do país, sob os olhares atentos dos Estados Unidos, que só observavam tudo de longe.

3. O líder Abu Bakr al-Baghdadi

Ninguém sabe ao certo em que estado se encontra Abu Bakr al-Baghdadi, apesar de ele ser o comandante do EI desde 2010. Em 2013, um blog de jihadistas publicou a informação de que o califa possui doutorado em estudos islâmicos, pela Universidade Islâmica de Bagdá.

Pouco se sabe sobre sua personalidade, mas desde que o Estado Islâmico foi criado, ele prefere ser chamado de al-Khalifah Ibrahim. Existe uma recompensa de 10 milhões de dólares que levem à sua prisão ou morte, oferecida pelos EUA desde 2011.

4. Guerra Civil Síria

O país é governado por Bashar al-Assad desde 2000 e enfrentava, em 2011, durante a Primavera Árabe, sérias restrições econômicas, desemprego por volta de 25% e degradação dos direitos humanos. Então, grandes protestos contra o governo começaram a surgir. O presidente não considerou as manifestações legítimas, dizendo que elas eram orquestradas por terroristas, e as reprimiu fortemente. Segundo o Observatório de Direitos Humanos, cerca de 73 mil pessoas foram mortas no conflito só em 2013, sendo que 22 mil delas eram civis. E o que era apenas um conflito político, tornou-se também um conflito religioso por conta das divergências existentes entre os diversos grupos que vivem no país.

O Estado Islâmico entra na história quando, em 2010, al-Baghdadi assumiu o controle do grupo e cruzou a fronteira com a Síria, na tentativa de combater o presidente e garantir a formação da Jabhat al-Nusra, o braço deles na Síria. Em 2013, a Jabhat al-Nusra se uniu com o Estado Islâmico do Iraque, formando o chamado Estado Islâmico do Iraque e Síria (EIIS ou ISIS, em inglês).

5. O califado

Em junho de 2014, o ISIS criou um califado nas terras comandadas por eles no Iraque e na Síria. A partir de então, o califa al-Baghdadi se autodeclarou como autoridade para os cerca de 1,5 bilhão de muçulmanos no mundo. Neste período, por conta de conflitos internos com o líder sírio, o EIIS se separou e passou a ser chamado somente de Estado Islâmico (EI).

6. A violência

A decapitação do jornalista britânico James Foley , por parte do EI, em agosto de 2014, desaparecido na Síria desde 2012, foi um dos primeiros vídeos que divulgaram as atrocidades cometidas pelo grupo. Apesar de serem sunitas, o grupo tem posições mais radicais do que a maioria da população islâmica. Em julho, por exemplo, o grupo destruiu a Tumba de Jonas, local sagrado tanto para o Islã, quanto para católicos e judeus.

7. Reação internacional

Barack Obama, presidente dos EUA, tinha como promessa de campanha retirar suas tropas do Iraque - o que fez em 2011. Contudo, em agosto de 2014, o presidente anunciou que faria uma intervenção na região pela primeira vez desde a retirada de suas tropas. Em setembro, ele declarou que o país lideraria uma coalizão contra o EI. “O ‘Estado Islâmico’ não é islâmico, pois mata e aterroriza, e também não é um Estado”, disse.

Por conta das críticas realizadas à "Guerra ao Terror", do governo Bush, Obama demorou a se pronunciar, mas diante dos vídeos divulgados pelo Estado Islâmico e, o governo não teve como adiar mais sua manifestação. Porém, o presidente garantiu que não enviaria tropas para a Síria, apenas esforços aéreos para ajudar os combatentes locais. Outros países também mantiveram a mesma posição, tal como a Arábia Saudita, o Reino Unido e a Turquia, que só começaram a se pronunciar sobre o assunto em 2013, 2014 e neste ano.

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