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O parlamentar, que faz oposição ao presidente Evo Morales, estava asilado na embaixada brasileira em La Paz, há mais de um ano, e veio para o Brasil sexta-feira (23) sem o salvo-conduto do governo da Bolívia.
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Valente disse que Amorim tem de explicar a participação de militares na operação que retirou Pinto Molina da embaixada brasileira e o futuro ministro das Relações Exteriores, prestar esclarecimentos sobre as circunstâncias que resultaram na demissão do chanceler Antonio Patriota ontem (26). “Tem muita coisa mal esclarecida. Até a participação de um senador brasileiro [Ricardo Ferraço, do PMDB do Espírito Santo] não está bem clara. Um avião fretado de graça, que é de um amigo [do senador], e ninguém quer identificar o empresário.”
No documento, o líder do PSOL também propõe um convite ao diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Coimbra, para explicar como se deu o ingresso do senador boliviano pela fronteira dos dois países. O requerimento será votado amanhã (28).
“As razões humanitárias alegadas [pelo diplomata Eduardo Paes Saboia, encarregado de Negócios do Brasil na Bolívia e responsável pela operação] não convencem. O encarregado de Negócios não tem nenhuma autonomia para tomar uma decisão como essa. Ele sabe que está respaldado em outros interesses e outras articulações políticas”, disse Valente à Agência Brasil.
De manhã, o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, Nelson Pellegrino (PT-BA), divulgou nota informando que o colegiado está “em contato permanente com a chancelaria e vai cobrar detalhes sobre a fuga do senador boliviano”.