© DR
A China quer dar autorização de residência (Hukou, em chinês) a 13 milhões de pessoas que não estão registradas na administração pública do país, privadas assim de vários serviços básicos, como o acesso à educação e saúde pública.
PUB
Segundo o jornal oficial China Daily, o ministro da Segurança Pública chinês, Guo Shengkun, presidiu no sábado passado a um encontro, e chegou à conclusão que a ausência de uma solução acarretará o aumento da instabilidade social e desigualdade.
Em 2010, havia 13 milhões de chineses sem 'Hukou', segundo o Censo Demográfico chinês.
O número real é, contudo, desconhecido, e, provavelmente, muito maior, devido às dificuldades inerentes ao cálculo da maior população do mundo. No conjunto, este valor corresponde a 1% da população chinesa, que não tem assim acesso a múltiplos serviços públicos.
É também um efeito da política "um casal, um filho", que vigorou na China durante mais de 30 anos.
Segundo um estudo da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, 60% das pessoas não registradas são filhos de famílias que não o fizeram para evitar pagar a multa imposta aos casais com mais de um filho.
Outros casos envolvem crianças abandonadas ou nascidas fora do matrimônio.
A autorização de residência 'Hukou' é um sistema implantado em 1958, durante o Governo de Mao Zedong, para controlar a migração massiva dentro do país e assegurar a continuidade da produção agrícola e a estabilidade social nos centros urbanos.
O sistema acabaria por gerar vários problemas: a migração do campo para a cidade levou a que muitos trabalhadores migrantes perdessem o direito a aceder a serviços básicos, visto que o seu 'hukou' era do local de origem e não da cidade onde trabalhavam.