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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), negou nesta terça-feira (1º) qualquer articulação para que seu nome seja escolhido em eleição indireta para governar o Rio de Janeiro.
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A hipótese, noticiada na coluna da jornalista Mônica Bergamo, estaria sendo desenhada por apoiadores do deputado e poderia ser adotada no caso de impeachment do governador Wilson Witzel e também do vice, Claudio Castro (que hoje não sofre processo).
Castro é investigado pelo Ministério Público e foi alvo de operação de busca e apreensão em sua casa, no Rio, no mesmo dia em que Witzel foi afastado.
Ao final de uma coletiva nesta terça, Maia negou ser candidato a governador do estado. "Alguns dizem que eu sou candidato à reeleição para presidente da Câmara, outros dizem que eu sou candidato a governador", ironizou. O mandato do deputado como presidente termina no final de janeiro de 2021.
"Eu não sou [candidato]. Eu acho que as pessoas estão colocando um tema na frente de outro. Estão derrubando vice governador. Isso não existe. Acho que é ruim para o Rio, não é bom", disse.
Maia desejou sorte para que Castro "possa assumir, coordenar a recuperação do Rio" e, em 2022, ser candidato ou apoiar outro nome ao governo do Rio.
O deputado comentou ainda a reportagem do "RJ2" que denunciou um esquema em funcionários comissionados seriam destacados para fazer plantão na porta de hospitais municipais para atrapalhar a realização de reportagens.
O grupo "Guardiões do Crivella", em referência ao prefeito do Rio, Marcelo Crivella, teria como objetivo impedir o trabalho de jornalistas.
"A liberdade de imprensa é fundamental para que a gente tenha uma democracia forte. Toda vez que a imprensa tem seu trabalho limitado, a sociedade também tem sua informação limitada, e o agente público tem obrigação de garantir transparência para isso", afirmou.
Maia disse ter boa relação com Crivella, mas não quis polemizar. "É claro que qualquer restrição ao trabalho da imprensa é uma violação à democracia, e isso precisa ser combatido", disse. "E acho que na justiça ele [Crivella] vai acabar tendo que responder por isso."
Maia disse estar analisando a portaria do Ministério da Saúde que obriga profissionais de saúde a avisarem a polícia quando atenderem pacientes que peçam para interromper uma gestação em razão de estupro.
"Do meu ponto de vista, ela é completamente ilegal, absurda. Não é o Ministério da Saúde que pode tomar a decisão como tomou, interferência numa lei. Do meu ponto de vista, o melhor caminho é que o governo pudesse recuar nessa decisão", afirmou.
Se isso não ocorrer, continuou, a intenção é tentar derrubar a portaria ou que algum partido ou a própria Câmara recorra ao STF (Supremo Tribunal Federal) para sustar o decreto, "que é claramente ilegal e inconstitucional."
"A gente não deve criar nenhum tipo de decreto, ou portaria que constranja a decisão da mulher. Uma portaria completamente ilegal, inconstitucional, que não respeita as normas legais do nosso país", afirmou.