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A presidente Dilma Rousseff voltou a se defender das acusações de que teria cometido crime pelas chamadas "pedaladas fiscais", que foram os atrasos de repasses para os bancos públicos para pagamentos de programas sociais. "Não há desvio em processo de pagamento do governo para a Caixa no Minha Casa, Minha Vida. É porque fizemos o maior programa habitacional da história que eles estão contra nós e é por isso que somos responsabilizados", afirmou, durante entrega de unidades do programa habitacional em Boa Vista (RR).
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Criticando indiretamente a oposição, que está em campanha pelo impeachment, Dilma disse que há pessoas que discordam da forma como o governo contabiliza os gastos do programa. "Eles acham que nós não devíamos ter gastado da forma que gastamos para fazer o Minha Casa, Minha Vida. Eles chamam isso de pedaladas fiscais", afirmou.
Aos gritos de "não vai ter golpe", a presidente também disse mais uma vez que vai continuar no cargo "porque foi eleita pela maioria da população".
Dilma afirmou também que o governo optou por fazer o Minha Casa, Minha Vida por saber que milhões de pessoas não tinham casa própria. "Eu acredito que o orçamento do País tem de ser olhado do ponto de vista do que se gasta e com quem, por isso o governo tem de gastar parte importante do orçamento com quem mais precisa", disse.
A presidente ressaltou, no entanto, que o ritmo de obras do programa deve diminuir porque o governo terá de pagar as prestações no ato. Até agora, foram entregues 2,4 milhões de moradias do Minha Casa, Minha Vida. A previsão é de que esse total chegue a 4,1 milhões de unidades até o final de seu mandato. "Em 2018, o Brasil terá muito poucas pessoas sem casa própria", disse a presidente.
No evento, a governadora de Roraima, Suely Campos (PP), reforçou o apoio à presidente Dilma. "Enquanto muitos conspiram contra vossa excelência, nós temos uma única posição que é a favor da legalidade. A senhora tem de permanecer no governo até o último dia que o povo lhe conferiu", disse.
Esta é a primeira vez que a presidente Dilma falou em público após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, suspender a instalação da comissão do impeachment na Câmara dos Deputados, ontem à noite.
Em Boa Vista, Dilma entregou 2.992 novas moradias para beneficiários do MCMV. Foram entregues empreendimentos também em Rio Largo (AL), Luís Eduardo Magalhães (BA), Caxias (MA), São Gonçalo (RJ), Capitão Poço (PA), Itupiranga (PA) e Tomé-Açu (PA). Ao todo, serão 10.962 unidades, totalizando mais de 43 mil pessoas beneficiadas.
De acordo com dados do governo, com a entrega desta quarta-feira, o Minha Casa Minha Vida já atingiu a marca de 2,4 milhões de moradias em todo o País, beneficiando mais de 9,6 milhões de pessoas. Foram investidos R$ 592 milhões nos empreendimentos.
Linha de transmissão
Dilma afirmou ainda que o Ibama aprovou a licença prévia da linha de transmissão que vai ligar Boa Vista (RR) a Manaus (AM). De acordo com a presidente, a obra é importante porque vai permitir a integração do sistema elétrico de Roraima ao restante do País.
"Com isso, Roraima vai ter condições de se desenvolver com energia de qualidade. Nós garantimos segurança e energia mais barata para a população", disse ela. A presidente também disse que vai assinar o decreto que destina terras da União para o Estado de Roraima, abdicando da criação de unidades de conservação nacional em terras de lavrado. Dilma anunciou ainda que o Ministério dos Transportes emitiu uma ordem para início da elaboração de projetos para construção de trechos das BRs-174, 401 e 342, em Roraima.