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Na manhã desta terça-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) discursou na Assembleia Geral da ONU e usou seu espaço para rebater críticas ao seu governo. Outros chefes de Estado aproveitaram o momento para estreitarem acordos internacionais e debaterem as questões globais de saúde provocadas pela pandemia do novo coronavírus.
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Bolsonaro começou seu discurso jogando as responsabilidades para conter a disseminação da covid-19 para os governadores de estado e criticou a imprensa brasileira: "A pandemia cresceu e a imprensa brasileira quase trouxe o caos social ao país", disparou. O presidente continuou e ainda defendeu o uso da cloroquina, citando o medicamento como assencial para tratamento da doença, porém a hidroxicloroquina não teve comprovação científica para tratamento da covid-19.
Depois, Bolsonaro disse que houve uma "campanha de brutal desinformação sobre a Amazônia e Pantanal", onde ele afirmou que a "intenção era a de prejudicar o governo e o Brasil", chegando a culpar índios pelas queimadas nas regiões.
O presidente caiu em contradição em seu discurso ao dizer que o clima do Pantanal brasileiro é úmido e não poderia pegar fogo por conta de seu clima, mas depois comparou a região com a Califórnia, nos Estados Unidos, onde o clima é completamente diferente. Vale lembrar que os dados sobre queimadas e destruição da Amazônia e Pantanal são do INPE, do próprio governo.
Em outro momento do discurso, o presidente acusou o governo da Venezuela de despejar óleo no litoral brasileiro. No entanto, durante investigações que ocorreram durante o ano passado, as autoridades federais explicaram que não existia confirmação de que a Venezuela seria responsável pelas manchas de óleo que surgiram nas praias do Brasil. Depois, Bolsonaro citou a 'Operação Acolhida', projeto onde, com a ajuda da ONU e de mais de 100 entidades da sociedade civil, recebe e dá apoio a refugiados da Venezuela.
O presidente brasileiro terminou seu discurso criticando a cristofobia e citou o oriente médio, onde há outras crenças religiosas. Bolsonaro ainda exaltou o acordo de paz proposto por Donald Trump entre os israelenses e palestinos, situação que vem provocando mais tensão entre grupos extremistas.