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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em 1999, Hillary Swank, 46, protagonizou o longa "Meninos Não Choram", um filme independente baseado na história real do homem transexual Brandon Teena. Embora o trabalho tenha rendido a ela seu primeiro Oscar de Melhor Atriz, a estrela considera injusto que transexuais não puderam sequer competir pelo papel.
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"Naquela época, as pessoas trans não andavam pelo mundo dizendo, 'ei, eu sou trans'. Mas vinte e um anos depois, felizmente, eles estão visíveis e podem viver suas vidas sem ninguém os apontar. Embora ainda tenhamos um longo caminho a percorrer na sua segurança e inclusão", disse Swank em entrevista à Vanity Fair.
"No momento há um grupo de atores trans que obviamente seria muito mais adequado para o papel e que deveria ter tido a oportunidade de fazer um teste para aquele filme", pontuou.
Para a atriz, a indústria cinematográfica vem apresentando mudanças significativas. Um bom exemplo disso são as novas regras publicadas há algumas semanas pela Hollywood Film Academy. Elas determinam que a partir de 2024, os longas indicados ao Oscar de Melhor Filme terão que contar com grupos minoritários na equipe.
"Para criar mudanças e fazer as pessoas contarem histórias que representem o mundo em que vivemos, que é um mundo colorido e cheio de diferentes tipos de pessoas, é necessário estabelecer regras como essa", diz ela, argumentando que em sua carreira quase todos os filmes contavam a história do ponto de vista de um homem branco heterosexual.
"Isso é algo que faz muito mal às pessoas que vivem neste mundo, porque elas não conseguem se ver representadas na tela de forma que se sintam vistas e ouvidas", defendeu Swank. "No final das contas é sobre não tirar privilégios de alguns, mas expandi-los para aqueles que os reivindicam há décadas", concluiu a atriz.
Swank começou a carreira artística aos nove anos ao participar de uma peça teatral. O primeiro longa que protagonizou no cinema foi "Karatê Kid - Uma Nova Aventura". Desde então atuou em filmes de diversos gêneros como "P.S. Eu Te Amo", "A Colheita do Mal" e "Menina de Ouro", pelo qual venceu pela segunda vez o Oscar de Melhor Atriz. O trabalho mais recente da artista é na série "Away", que estreou na Netflix em setembro.