© Reprodução- Facebook
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O candidato à Prefeitura de São Paulo Celso Russomanno (Republicanos) afirmou que Jair Bolsonaro (sem partido) vai ajudá-lo na campanha para responder à frente de oposição ao presidente criada pelo prefeito Bruno Covas (PSDB).
PUB
"Eu não pretendia entrar nas decisões de eleições municipais, mas Russomanno é amigo de velha data e estou pronto para ajudá-lo no que for preciso", disse Bolsonaro ao lado do candidato em São Paulo nesta segunda-feira (5).
Russomanno indicou que o embarque de Bolsonaro já no primeiro turno é uma resposta a Covas, que tem uma coligação de 11 partidos, costurada pelo governador João Doria (PSDB).
Doria é potencial presidenciável em 2022 e é considerado adversário por Bolsonaro.
"O que é triste é eles terem armado uma frente para combater o presidente Bolsonaro, usando a prefeitura inclusive, para fazer esse tipo de coisa. [...] Não é assim que se faz política. Então, essa frente que eles estão criando aí, para combater o presidente Bolsonaro, não vai dar em absolutamente nada, pode ter certeza", disse Russomanno.
"Ele [Bolsonaro] disse que não pretendia entrar no primeiro turno na eleição, mas, diante dessa frente que foi criada pelo Bruno e pelo Doria para fazer oposição a ele, ele vai entrar na minha campanha", completou.
Como mostrou o jornal Folha de S.Paulo, além da ampla coligação de partidos -encabeçada por MDB e DEM-, aliados de Covas querem aglutinar apoios de setores e movimentos da sociedade sem conexão com legendas e que se contraponham a Bolsonaro.
Acompanhado do publicitário de sua campanha, Elsinho Mouco, Russomanno recepcionou Bolsonaro nesta tarde no saguão de autoridades do Aeroporto de Congonhas.
O candidato afirmou que conversou com o presidente sobre política e sobre a pandemia, mas que eles não fizeram gravações juntos para propaganda eleitoral e que esse tema ainda será discutido.
Ele voltou a afirmar que conta com Bolsonaro para transferir recursos do governo federal a São Paulo.
Russomanno disse ainda que tem o compromisso do presidente de que ele irá renegociar a dívida com São Paulo, o que viabilizaria o "auxílio paulistano", sua principal proposta.
"O governo federal tem recursos. São Paulo está destruída. Vamos sair dessa pandemia com uma quantidade imensa de desempregados. E os recursos do governo federal têm que vir para São Paulo", disse.
O candidato pelo Republicanos afirmou que a renegociação da dívida não precisa de aval do Congresso.
"O auxílio paulistano depende única e exclusivamente de uma renegociação da dívida da cidade de São Paulo com o governo federal. Eu conversei sobre isso com ele e nós vamos fazer."
Russomanno chegou a afirmar que hoje a cidade não recebe recursos do governo federal devido à falta de entendimento político, mas depois disse que Bolsonaro enviou, sim, recursos na pandemia."Hoje não vem nada porque o governador não conversa com o presidente e o prefeito não conversa com o presidente", disse primeiramente.
Em seguida afirmou: "Ele mandou recursos para cá na pandemia. São Paulo recebeu recursos do governo federal, só que eles não conversam com o presidente".
Depois de conversarem, os dois posaram para fotos e falaram brevemente com os jornalistas.Bolsonaro chegou a São Paulo por volta das 15h45 para participar, à noite, do culto de aniversário do pastor José Wellington Bezerra da Costa, líder das Assembleias de Deus no Brasil.
A ida de Russomanno ao culto estava prevista, mas o candidato mudou seus planos. Sua equipe afirmou que ele usaria a noite para gravar programas eleitorais
Covas, que foi alvo das críticas de Russomanno no aeroporto, participou do evento. Ele ficou a poucos metros de Bolsonaro no palco do templo religioso.
Bolsonaro viajou acompanhado dos ministros Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Damares Alves (Família e Direitos Humanos). O secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Fabio Wajngarten, também estava presente.
O presidente cumprimentou apoiadores, mas evitou responder a perguntas de jornalistas.
Ao sair do aeroporto, teve uma avaliação médica no hospital Albert Einstein. No dia 25 de setembro, o presidente passou por uma cirurgia para retirar um cálculo na bexiga. Nesta segunda, o boletim médico do hospital informou que ele está "assintomático e em excelentes condições clínicas".