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É impossível negar que a pandemia do novo coronavírus mexeu com os nervos das pessoas. As mudanças provocadas pelo estado de calamidade provocaram crises profundas de estresse. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a condição atinge mais de 90% da população mundial.
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De acordo com a gastroenterologista do Hospital Brasília Zuleica Barrio, o estresse emocional pode contribuir para desencadear ou piorar sintomas de doenças gastrointestinais como a gastrite e a síndrome do intestino irritável. “Muitas pessoas apresentam dores abdominais e diarreia quando submetidas a situações estressantes”, relata.
Queda de cabelo, dermatites e descamações também são algumas das doenças dermatológicas mais conhecidas, que também podem ser causadas por altos níveis de estresse. Segundo a dermatologista do hospital Águas Claras Clarissa Araújo Borges, o vitiligo e a psoríase também podem ser desencadeadas ou piorar num momento de estresse.
Segundo o Ministério da Saúde, existem dois níveis de estresse: o agudo e o crônico. O estresse agudo é mais intenso e curto, desencadeado por situações passageiras ou traumáticas, como a pandemia. Já o estresse crônico afeta a maioria das pessoas, é mais suave, porém constante no dia a dia.
Diagnóstico e tratamento
Conhecido como o hormônio do estresse, o cortisol pode ser medido por meio de exame laboratorial. Entretanto, não é possível associá-lo ao episódio de estresse, como explica a endocrinologista do Laboratório Exame/Dasa Fernanda Lopes. “Observamos nos pacientes que, ao serem submetidos a situações de estresse, o nível de cortisol pode aumentar, entretanto não é base para diagnóstico, especialmente se não é agudo. Também não é possível utilizar o cortisol como ferramenta diagnóstica para o estresse psicológico”, esclarece.
O tratamento dermatológico deve ser específico para a condição apresentada devido ao estresse, incluindo desde xampus, loções, pomadas até o uso de medicamentos orais. “Além dos tratamentos fármacos, o controle do estresse é muito importante para ajuda a conter novos surtos da doença. Uma abordagem multidisciplinar, com diversos profissionais também é fundamental”, destaca a dermatologista Clarissa Araújo.
A médica ainda frisou a importância de investigar outras doenças. O estresse pode causar anemias, alterações tireoidianas e até deficiências vitamínicas. Esses distúrbios devem ser corrigidos e tratados por cada especialista em sua área. Zuleica Barrio reforça a importância de aprender a lidar com o estresse. “Psicoterapia, exercícios físicos, melhor qualidade de vida e de alimentação, associados a medicamentos quando necessário, podem diminuir os sintomas” conclui.