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Incomodado com o que chamou de "áudios gravíssimos", o presidente em exercício do Santos, Orlando Rollo, afirmou nesta quarta-feira que o contrato com o atacante Robinho será rescindido caso o jogador venha a sofrer nova condenação pela Justiça italiana. Ele foi condenado em primeira instância a nove anos de prisão por violência sexual de grupo.
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"Formalizamos com o Conselho Deliberativo sobre essa licença do contrato. Se em cinco meses, que vale o contrato, ele vier a ser absolvido em segunda instância, não vejo problema de ele voltar ao time. E, caso for condenado, vamos pedir a rescisão", disse o dirigente, que afirmou que a licença do contrato foi definida em comum acordo com o jogador.
Investigador da polícia civil, Rollo disse que ficou incomodado com as transcrições de áudios que fariam parte do processo de Robinho. "Os áudios são bem significativos. Qualquer crime contra mulher é repugnante, qualquer violência de forma geral. Os áudios são gravíssimos, fiquei muito incomodado", declarou.
"Eu abomino o crime de estupro, qualquer tipo de violência, contra mulheres. Nos meus 18 anos de polícia, prendi, investiguei e levei a condenação judicial dezenas de estupradores. Eu efetivamente luto, sim, contra esse tipo de crime", afirmou o presidente santista, ao ser questionado sobre sua decisão de contratar o jogador apesar da condenação, executava pelo Tribunal de Milão de novembro de 2017.
"Decidimos trazer o Robinho por uma razão bem simples: ele aceitou o chamado do Santos em nos ajudar no momento mais difícil da história administrativa e financeira do clube. Ele ganharia apenas R$ 1.500 por mês, durante cinco meses. É um ídolo do Santos, aceitou o chamamento e veio nos ajudar. Sobre a questão da condenação: quem sou eu para julgar?", afirmou Rollo.
Ele disse também que Robinho já jogou em diversos clubes, inclusive no próprio Santos, depois do episódio - o suposto crime aconteceu em 2013. "Depois desta questão, ele já jogou no Santos, no Atlético-MG, na Turquia e na China. Nunca ninguém falou nada. Começaram a falar agora..."
Rollo pediu "mais tolerância" com o jogador. "Temos que apedrejar menos e ter mais tolerância. Não posso emitir juízo de valor sobre os áudios. A sentença é volumosa, de centenas de laudas. E temos que ter opinião após analisar o processo como um todo. Tenho total desprezo pelo que foi dito nos áudios. Não quero antecipar julgamento. Quem sou eu para julgar? Temos que aguardar o desfecho do processo."