Há aperto no gasto corrente, mas parte é para pagar pedaladas, diz professor

Biasoto citou ainda como pontos negativos a alta de 7,9 pontos porcentuais na dívida bruta federal durante 2015, para 65,1% do PIB, e ainda o gasto de 8,42% do PIB com juros nominais

© DR

Economia Gastos públicos 29/12/15 POR Estadao Conteudo

O economista e professor doutor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Geraldo Biasoto Júnior admitiu nesta terça-feira, 29, a dificuldade de análise nas contas públicas do governo em 2015 porque, apesar de haver "um torniquete nos gastos correntes", não é possível avaliar qual parte se refere aos cortes da máquina pública e qual seria para o acerto das pedaladas fiscais.

PUB

"Há um torniquete, com queda acumulada nos gastos de 1% entre janeiro e novembro ante igual período de 2014. Mas, evidentemente, parte das despesas é para o pagamento de pedaladas de 2014 e algumas até podem ter ocorrido já no começo de 2015", explicou.

Segundo ele, o déficit do setor público acumulado em 12 meses até novembro, de R$ 52,4 bilhões, ou 0,89% do Produto Interno Bruto (PIB), "sem dúvida crescerá" no período de janeiro até dezembro, ou seja, no fechamento de 2015. Com isso, na avaliação de Biasoto o governo pode cumprir a meta de encerrar este ano com o rombo de 2,1% do PIB, ou até R$ 119,9 bilhões, dos quais R$ 57 bilhões para o pagamento de pedaladas fiscais.

"Além do acerto das pedaladas para o fechamento das contas, os governos regionais, que até melhoraram o desempenho com um superávit em novembro, certamente terão contas deterioradas em dezembro, quando há uma forte concentração das despesas", afirmou o economista.

Biasoto citou ainda como pontos negativos na nota de política fiscal divulgada hoje pelo Banco Central a alta de 7,9 pontos porcentuais na dívida bruta federal durante 2015, para 65,1% do PIB, e ainda o gasto de 8,42% do PIB com juros nominais. "É um gasto estratosférico com juros", concluiu.

Estados e municípios

O superávit de R$ 2,352 bilhões de governos regionais (Estados e municípios) em novembro surpreendeu o economista Alfredo Binnie, da Kapitalo Investimentos, que esperava quase a metade deste montante.

No entanto, o resultado não chega a empolgá-lo. "Veio melhor, mas muito pouco. A situação de Estados e municípios ainda é bem ruim. Está longe de ser suficiente para cobrir o rombo nas contas públicas. No último mês do ano, normalmente piora por causa da sazonalidade desfavorável", avalia.

Com o ajuste das pedaladas fiscais se concentrando em 2015, Binnie acredita que, à primeira vista, as contas públicas podem melhorar, mas a composição pode se deteriorar em 2016. Segundo ele, a queda na atividade neste e no ano que vem deve continuar prejudicando as receitas.

Outra influência desfavorável deve advir da regra do salário mínimo, lembra. Como a inflação de 2015 deve fechar perto de 11% e o reajuste do mínimo tende a acompanhar este movimento, as despesas seguirão elevadas, superando o Produto Interno Bruto (PIB) nominal, diz. "O número (fiscal) oficial tende a melhorar, mas o primário recorrente pode piorar. As receitas serão impactadas pela atividade fraca deste ano e também do seguinte", avaliou.

De acordo com o Banco Central, o setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção da Petrobras e Eletrobras) registrou déficit de R$ 19,567 bilhões no penúltimo mês do ano.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Luto Há 19 Horas

Morre o cantor Agnaldo Rayol, aos 86 anos

esporte Peru Há 22 Horas

Tragédia no Peru: relâmpago mata jogador e fere quatro durante jogo

mundo Loteria Há 22 Horas

Homem fica milionário depois de se esquecer do almoço em casa: "Surpreso"

fama Televisão Há 20 Horas

'Pensava que ia me aposentar lá', diz Cléber Machado sobre demissão da Globo

politica Tensão Há 22 Horas

Marçal manda Bolsonaro 'cuidar da vida' e diz que o 'pau vai quebrar' se críticas continuarem

lifestyle Alívio Há 22 Horas

Três chás que evitam gases e melhoram a digestão

fama Luto Há 22 Horas

Morre o lendário produtor musical Quincy Jones, aos 91 anos

fama Saúde Há 21 Horas

James van der Beek, de 'Dawson's Creek', afirma estar com câncer colorretal

tech WhatsApp Há 22 Horas

WhatsApp recebe novidade que vai mudar forma como usa o aplicativo

mundo Catástrofe Há 21 Horas

Sobe para 10 o número de mortos após erupção de vulcão na Indonésia