Polícia evita linchamento de participantes de casamento gay

O Código Penal do Senegal prevê penas de prisão efetiva até cinco anos e multas até US$ 3 mil para quem concretizar "atos impróprios ou antinaturais com uma pessoa do mesmo sexo"

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Mundo Senegal 29/12/15 POR Notícias ao Minuto

As 11 pessoas detidas na véspera de Natal no Senegal por "suspeita de homossexualidade" foram libertadas hoje (29) por falta de provas, sendo que a polícia precisou evitar o linchamento dos detidos durante o transporte para o tribunal.

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O Código Penal do Senegal prevê penas de prisão efetiva até cinco anos e multas até US$ 3 mil para quem concretizar "atos impróprios ou antinaturais com uma pessoa do mesmo sexo".

Citando fontes policiais e várias testemunhas, a agência de notícias senegalesa APS informou que um tribunal de Kaolack, 200 quilômetros a sul de Dacar, na província de Casamança, fronteira com a Guiné-Bissau, decidiu, devido à insuficiência de provas, libertar os 11 detidos no dia 24 deste mês na mesma localidade.

Os detidos participavam de um casamento entre dois homens, que estão entre os presos, em um colégio de Kaolack e foram detidos com base na legislação senegalesa, quando a polícia interrompeu a cerimônia e apreendeu as alianças e outros objetos não especificados.

Na saída do tribunal, os "suspeitos de serem homossexuais", dentro de dois veículos da polícia e sob forte escolta, foram alvo de insultos de uma pequena multidão, que também atirou pedras nas duas viaturas policiais.

Em 2008, a polícia senegalesa prenderam um casal do mesmo sexo que estavam se casando no município de Mbao, nos arredores de Dacar. Em agosto, um tribunal de Dacar condenou a seis meses de prisão sete pessoas acusadas de "práticas homossexuais".

Em outubro, o presidente senegalês, Macky Sall, opôs-se novamente à despenalização da homossexualidade no Senegal.

"Em nome de quê devemos pensar que a homossexualidade foi despenalizada [ em alguns países] deve ser também despenalizada aqui [no Senegal]. É alguma lei universal? É preciso respeitar o direito de cada povo definir a sua própria legislação", disse então Macky Sall, sem adiantar pormenores sobre as razões subjacentes à decisão. Com informações da Agência Brasil.

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