Comitê de Ética da Fifa recomenda suspensão de Valcke por 9 anos

Jérôme Valcke comandou a organização da Copa do Mundo no Brasil em 2014 e chegou a ser pago pela CBF para planejar a candidatura do País

© Reuters

Esporte Dirigentes 05/01/16 POR Estadao Conteudo

O Comitê de Ética da Fifa recomendou a suspensão por nove anos do ex-secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke. Violando sete artigos do código de ética da entidade, o francês poderia ser impedido até mesmo de entrar em um estádio até o ano de 2025. Ele é denunciado por "oferecer e receber presentes e outros benefícios". Além da suspensão, ele pagaria uma multa de US$ 100 mil.

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Valcke comandou a organização da Copa do Mundo no Brasil em 2014 e chegou a ser pago pela CBF para planejar a candidatura do País. Em 2015, a reportagem do Estadorevelou ao lado de jornais como The Guardian e Wall Street Journal como Valcke atuou nos bastidores para lucrar milhões de dólares com a venda de ingressos para a Copa de 2014.

Agora, a decisão está nas mãos dos juiz Hans-Joachim Eckert que avaliará as denúncias de violação de regras de conduta, lealdade, confidencialidade, conflito de interesses, obrigação de colaborar e oferecer aceitar presentes e outros benefícios.

Valcke, que chegou a pensar em uma candidatura para a presidência da Fifa, foi afastado depois que o jornal Estado de S.Paulo e outros nove jornais internacionais revelarem que o francês fechou acordos para ficar com parte dos lucros da revenda de ingressos para a Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil, num esquema com ágio de mais de 200% nos valores das entradas e que teria envolvido mais de 2 milhões de euros (R$ 8,6 milhões) apenas para o bolso do dirigente.

Falastrão e milionário, Valcke ficou conhecido por ter sugerido que o Brasil levasse um "chute no traseiro" pelos atrasos na obras da Copa do Mundo. Na Fifa, ele levou a entidade a ser condenada por uma multinacional, o que custou a ela US$ 90 milhões em 2006. Naquele momento, a Fifa também anunciou seu afastamento. Mas ele voltaria em 2007 como número 2 da entidade.

Agora, as alegações apontam para a organização de um verdadeiro mercado negro de ingressos operando dentro da própria Fifa. A denúncia foi apresentada por Benny Alon, empresário israelense e americano que desde 1990 trabalha com a venda de entradas para os Mundiais. Sua empresa, a JB Marketing, ainda apontou para o "desaparecimento" de 8,3 mil entradas para a competição e que teriam de ser vendidas por eles no torneio. Com informações do Estadão Conteúdo.

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