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A porcentagem de brasileiros na linha da pobreza, que recebem menos de 5,5 dólares por dia caiu de 25,3% para 24,7% da população do Brasil, de 2018 para 2019, revelou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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O órgãodestacou que o índice de Gini do Brasil (medida de desigualdade comumente utilizado para medir a desigualdade de distribuição de renda) (0,543) caiu ligeiramente em relação a 2018 (0,545) e o país ocupa a nona posição entre as nações mais desiguais do mundo, de acordo com os critérios estabelecidos pelo Banco Mundial.
A parcela da população brasileira que vive em situação de extrema pobreza, ou seja, que ganha menos de 1,90 dólares por dia manteve-se em 6,5% no mesmo período.
No entanto, o IBGE informou que a extrema pobreza no país cresceu 13,5% nos últimos oito anos, passando de 5,8% da população, em 2012, para 6,5%, em 2019.
Entre os que se declararam 'brancos', 3,4% eram extremamente pobres e 14,7% eram pobres, mas essas incidências mais que duplicava entre 'pretos' e 'pardos'.
Das pessoas que viviam abaixo da linha de pobreza no Brasil, segundo critérios do Banco Mundial, 70% eram de cor 'preta' ou 'parda', enquanto as pessoas que se declararam com essa característica representavam 56,3% da população total.
Os dados indicaram que a pobreza afetou ainda mais as mulheres 'pretas' ou 'pardas', que somam 28,7% da população brasileira, mas eram 39,8% dos extremamente pobres e 38,1% dos pobres.
A pesquisa do IBGE também abordou outros temas como a situação no mercado de trabalho e as condições de moradia.
No maior país da América do Sul, 'pretos' ou 'pardos' tem maiores taxas de desemprego e trabalho sem contrato do que 'brancos', estão mais presentes nas faixas de pobreza e extrema pobreza e moram com maior frequência em domicílios com algum tipo de inadequação.
Um dos principais indicadores do mercado laboral, a taxa de desocupação foi, em 2019, de 9,3%, para 'brancos', e 13,6% para 'pretos' ou 'pardos'.
Entre as pessoas com trabalho informal, o percentual de 'pretos' ou 'pardos' chegou a 47,4%, enquanto entre os trabalhadores 'brancos' foi de 34,5%.
A desigualdade também aparece nos indicadores de moradia já que 45,2 milhões de pessoas no Brasil residiam em 14,2 milhões de domicílios com pelo menos um problema grave: ausência de banheiro de uso exclusivo, paredes externas com materiais não duráveis, adensamento excessivo de moradores, peso excessivo com pagamento de aluguel no orçamento das famílias e ausência de documento de propriedade.
Desta população, 13,5 milhões eram de cor ou raça branca e 31,3 milhões 'pretos' ou 'pardos'.
"Não é possível elencar um único indicador como mais importante em termos de desigualdade. Percebemos uma desigualdade estrutural que ocorre ao longo dos anos da série em vários indicadores, e não apenas em 2019. Eu entendo que a análise conjunta das informações é que tem a sua força para mostrar a desigualdade", conclui João Hallak, responsável pela pesquisa do IBGE.