PM é condenado a 52 anos de prisão por chacina de 5 jovens em Costa Barros no Rio

O crime, que ficou conhecido como Chacina Costa Barros ,ocorreu no dia 28 de novembro de 2015.

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Justiça chacina 13/11/20 POR Estadao Conteudo

O Conselho de Sentença do 2º Tribunal do Júri do Rio condenou, na madrugada desta sexta-feira, 13, o policial militar Thiago Rezende Viana Barbosa a 52 anos e seis meses de reclusão pelo envolvimento no assassinato de cinco jovens, em Costa Barros, Zona Norte do Rio, em novembro de 2015. O julgamento durou pouco mais de dez horas e também determinou que Thiago perdesse o cargo público.

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O crime, que ficou conhecido como Chacina Costa Barros ,ocorreu no dia 28 de novembro de 2015, quando Wesley Castro Rodrigues, 25 anos, Roberto de Souza Penha, 16 anos, Wilton Esteves Domingos Júnior, 20 anos, e Cleiton Corrêa de Souza, 18 anos, e Carlos Eduardo Silva de Souza, de 16 anos, voltavam do Parque Madureira, na zona norte do Rio.

Os cinco amigos que estavam reunidos para comemorar o emprego novo de Roberto, que havia recebido seu primeiro salário como ajudante em um supermercado, foram mortos na região do complexo de favelas da Pedreira. O Palio branco em que eles estavam foi atingido por mais de 100 tiros.

Thiago foi o último dos quatro policiais envolvidos na chacina Costa Barros a ser julgado. Antonio Carlos Filho e Marcio Alves dos Santos foram sentenciados em novembro de 2019. O primeiro ainda foi condenado por fraude processual. Já o PM Fábio Pizza foi absolvido dos crimes.

Na ocasião, os policiais alegaram que receberam denúncias de que o grupo estaria envolvido em um roubo de carga e que foram atacados e houve troca de tiros, o que foi descartado nas investigações da chacina.

Depoimentos

Durante o julgamento de Thiago, cinco testemunhas foram ouvidas. O Tribunal de Justiça do Rio detalhou os depoimentos, entre eles o de um dos jovens que sobreviveram à chacina, Lourival Fernandes. Ele depôs como vítima e contou que acompanhava, com seu amigo Wilkerson de Oliveira em uma moto, o carro onde estavam os cinco jovens assassinados. Ele disse ter visto o veículo ser alvejado pelos policiais.

Logo depois de Lourival, quem depôs foi Paloma de Oliveira, irmã de Wilkerson e de um dos jovens assassinados. Ela contou que ela e sua mãe foram ao local do crime assim que souberam do ocorrido, mas foram impedidas pelos policiais de chegar perto do carro onde estavam os corpos. A testemunha disse ainda que sua mãe viu um dos policiais colocando uma arma de brinquedo perto de uma das rodas dianteiras do veículo.

O objeto também foi mencionado por Jorge Lima da Penha, pai de Roberto de Souza Penha, outra vítima da chacina. Ele disse ter chegado ao local logo após os disparos e visto tanto a arma de brinquedo quanto uma luva com sangue jogada na parte traseira do veículo.

O julgamento também contou com o depoimento do major da PM Daniel de Moura que, à época dos fatos, era o comandante da corporação. Ele relatou ter ouvido a versão de que um motorista de um caminhão de cervejas estava sendo feito refém e que, ao chegarem ao local, os policiais teriam sido recebidos a tiros pelos ocupantes do carro, tendo, então, revidado.

Um perito contratado pela defesa de Thiago também participou da audiência e sustentou que os disparos que atingiram o carro e mataram os cinco rapazes teriam partido de cima de um viaduto que fica perto do local e não das armas dos policiais.

COM A PALAVRA, O PM CONDENADO

Até a publicação desta matéria, a reportagem buscou contato com Thiago Rezende Viana Barbosa, mas sem sucesso. O espaço permanece aberto para manifestações.

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