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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Alvo de denúncia por suposta participação em esquema de "rachadinha", o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) teve que submergir nesta campanha eleitoral. Eleito por São Paulo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) assumiu a tarefa de representar a família até mesmo nos palanques do Rio de Janeiro, domicílio eleitoral de seus irmãos Flávio e Carlos Bolsonaro.
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Além de concorrer à reeleição na Câmara Municipal do Rio, Carlos não tem, segundo aliados, perfil para assumir o papel que Eduardo vem desempenhando. O deputado tem participado de atos de campanha, gravado mensagens de apoio e protagonizado lives ao lado de candidatos chancelados pelo clã Bolsonaro.
No Rio, Eduardo pediu votos, por exemplo, para os candidatos a prefeito em Niterói, São Gonçalo e Cabo Frio. Na quinta-feira (12), ele participou da live em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declara apoio a postulantes de todo o país.
À mesa, Eduardo encaminhou ao pai cartazes dos nomes de preferência da família no estado de São Paulo. Entre os nomes defendidos pessoalmente por Jair Bolsonaro naquela noite estava o de Walderice Santos da Conceição, a Wal do Açaí.
Ex-assessora de Jair Bolsonaro e alvo de uma investigação aberta há dois anos pelo Ministério Público Federal de Brasília sob suspeita de ser funcionária-fantasma, ela registrou sua candidatura a vereadora de Angra dos Reis (RJ) com o sobrenome da família presidencial.
Nas redes, Eduardo Bolsonaro também realiza lives com candidatos a vereador aos quais lê os termos do recém-criado Instituto Conservador Liberal.
Primeira mulher do presidente e concorrendo à Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Rogéria Bolsonaro (Republicanos) participou de um encontro virtual ao lado de um candidato a vereador em Niterói e outro de Nilópolis.
"E aí, mãe? Está de acordo com os princípios?", perguntou a Rogéria, em um debate em que a Covid-19 foi chamada de praga chinesa.
Flávio, por sua vez, teve raras aparições em apoio a candidatos do Rio. Além de uma passagem por Duque de Caxias, ele gravou uma mensagem em favor do candidato a prefeito de São João de Meriti pelo Republicanos, Charles Batistas.
Duas semanas depois da veiculação do vídeo, o vice de Charles abriu mão da candidatura após a revelação de imagens gravadas por um empresário a quem teria exigido dinheiro em troca de proteção. A Polícia Civil do Rio de Janeiro abrir inquérito para investigar a suposta extorsão.
Aliados de Flávio afirmam que ele optou pela discrição para se preservar, já que é investigado por suposta retenção de parte de salários pagos aos funcionários de seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio, alguns deles fantasmas.
Interlocutores do senador negam que tenha submergido para evitar desgaste à imagem de candidatos apoiados pela família.
Por intermédio da assessoria, Flávio afirmou que ficou encarregado da articulação política em Brasília, cabendo a Eduardo as atividades de campanha.
"Me dediquei a articulação política no Senado. Eduardo trabalhou a parte eleitoral em vários Estados, inclusive o Rio", disse.