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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a retomada da economia após a pandemia do novo coronavírus deve ser feita com mais investimento privado e menos dinheiro público para ser sustentável.
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Ele participou nesta segunda-feira (16) de evento virtual promovido pela organização Chatham House e pelo Development Bank of Latin America.
"Com credibilidade poderemos atrair mais dinheiro privado e tornar o crescimento mais sustentável", avaliou.
Questionado sobre a possibilidade de abismo fiscal -recessão causada por redução de gastos públicos e aumento de impostos-, ele afirmou que uma das soluções seria atrair investimento privado e voltou a defender o teto de gastos.
"É preciso ter credibilidade. Gastamos mais do que qualquer outro país [na pandemia] e o teto permitiu isso com uma penalização menor. Quando começamos a flertar com a ideia de derrubar o teto, vimos efeito negativo imediato no mercado", afirmou.
O teto de gastos limita o aumento das despesas do ano seguinte à inflação do ano anterior. Em razão da pandemia, o governo foi autorizado a extrapolar esse limite.
Sobre o projeto de autonomia do BC, que foi aprovada no Senado no início deste mês, ele afirmou que considera um passo importante.
"Especialmente neste momento, é importante poder passar a mensagem de que o Banco Central é independente e que pode atuar de olho no longo prazo", pontuou.
A proposta ainda precisa ser apensada a outro texto, que tramita na Câmara, para ser votada na Casa e depois sancionada pelo presidente da República.
"Às vezes é preciso sacrificar o curto prazo para ter maior equilíbrio no longo prazo", ponderou.
Ele defendeu ainda que os avanços tecnológicos no sistema financeiro fomentará a competição no setor. "A inovação é a maior ferramenta de inclusão financeira e pode democratizar o acesso a produtos bancários", disse.