© Tânia Rêgo/Agência Brasil
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - No início da sessão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) desta terça-feira (17), o presidente da corte, Luís Roberto Barroso, pediu "desculpas" aos ministros e à sociedade pelo atraso na divulgação do resultado das eleições municipais no último domingo.
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Apesar disso, Barroso classificou a lentidão no sistema de totalização de votos como um "pequeno problema" e ressaltou que o resultado foi anunciado no mesmo dia do pleito.
"Peço desculpas aos colegas e à sociedade brasileira pelos problemas que enfrentamos, mas esclareço que não houve nenhum tipo de comprometimento para a fidedignidade do voto, para a fidelidade da manifestação da vontade popular", disse.
Segundo o ministro, "até que se detectasse efetivamente o problema" a suposição era de que a falha tinha ocorrido em um dos oito processadores do supercomputador usado pelo TSE para computador todos os votos do país.
Depois, porém, concluiu-se que a demora tinha outro motivo: "Na verdade, o problema foi de apreensão equivocada da tarefa pela inteligência artificial. O tempo de atraso, pouco mais de duas horas, foi o esforço de detectar o problema", frisou.
De acordo com a corte, o problema ocorreu porque este foi o primeiro ano que o TSE ficou como responsável por totalizar os votos de todo o país. Antes, os tribunais regionais eleitorais é que somavam os resultados de cada urna e os enviavam para o tribunal de Brasília fazer a divulgação.
A mudança teria ocorrido por sugestão da Polícia Federal para tornar o sistema mais seguro.
Nesta terça, Barroso voltou a minimizar o problema e disse que foi "um feito extraordinário" o resultado ter sido divulgado no mesmo dia da eleição.
Assim como na coletiva concedida na segunda-feira (16), o ministro não comentou se há garantia de que o atraso não voltará a se repetir no segundo turno do pleito.
Nessa entrevista, o magistrado revelou que outro fator que corroborou com o problema foi a demora na entrega de equipamentos por parte da empresa Oracle, em razão da pandemia da Covid-19, que impediu a realização de testes prévios no sistema.
Os equipamentos, segundo ele, deveriam ser entregues em março, mas chegaram somente em agosto.
Na coletiva, Barroso também apontou a existência de articulação de milícias digitais, que teriam atuado de forma a desacreditar todo o sistema eleitoral brasileiro.
"A vida tem um componente de aleatoriedade que nem sempre é possível prever", afirmou o ministro, quando questionado se a situação já estaria normalizada a tempo para o segundo turno das eleições.
Na segunda, Barroso afirmou que os problemas serão sanados e que tem confiança na sua equipe que gerencia os sistemas de informação. Também que disse ter "fé" de que não ocorrerão novos problemas.