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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Guilherme Boulos (PSOL), candidato à Prefeitura de São Paulo, afirmou que Lula (PT) e outros líderes de esquerda, como Ciro Gomes (PDT) e Flávio Dino (PC do B), estarão presentes em sua propaganda na campanha de segundo turno.
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Em sabatina do jornal O Estado de S. Paulo, nesta quarta-feira (18), o candidato do PSOL afirmou que não esconde aliados, como seu adversário, o prefeito Bruno Covas (PSDB), faz em relação ao padrinho político João Doria (PSDB), governador de São Paulo.
"Eu não escondo nenhum tipo de apoiador, nenhum tipo de aliado", disse. Questionado sobre Lula aparecer em sua propaganda, respondeu: "Não só o Lula, mas também o Ciro, o Flávio Dino e uma série de outras lideranças nacionais e de São Paulo que representam esse campo".
Boulos foi questionado ainda sobre estar disposto a fazer acordos por apoio como o de Fernando Haddad (PT), em 2012, com Paulo Maluf. O candidato do PSOL respondeu que "tem lado" e que busca o "conjunto de partidos que tem identidade política" com seu programa.
Ele afirmou ainda que a aliança entre Covas e Celso Russomanno (Republicanos), candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no segundo turno reedita o Bolsodoria de 2018.
O candidato minimizou as dificuldades que encontrará na Câmara ao ser eleito, uma vez que tem o apoio de somente 14 de 55 vereadores eleitos.
Boulos defendeu que o poder seja democratizado, com conselhos deliberativos que discutirão as propostas do Executivo antes de serem enviadas à Câmara. O apoio popular, segundo ele, seria suficiente para dobrar o Legislativo.
Contudo, o candidato admitiu que terá que fazer concessões, mas afirmou que não trocará cargos nas subprefeituras por apoio.
"Democracia, para mim, é também saber conversar com quem pensa diferente. [...] Ter capacidade de diálogo é conceder em posições em que não vai conseguir o que quer", disse. "O tipo de relação que eu não topo ter é indicar subprefeito em troca da apoio na Câmara", completou.
Em relação a pandemia de Covid-19, Boulos afirmou que as decisões devem ser orientadas por médicos e não por política. "Decisões dessa natureza não podem ser políticas como foi feito por Doria e Bolsonaro em relação à vacina e ao isolamento", disse.
Boulos ainda defendeu a realização de concursos públicos para contratação de mais professores, médicos, guardas municipais, profissionais de assistência social e procuradores.
O candidato do PSOL deu detalhes de valores de suas propostas e investimentos, que somam R$ 29 bilhões em quatro anos. Ele ainda explicou de onde pretende levantar essa verba, como cobrança da dívida ativa, economia em contratos de ônibus e recursos que já estão no caixa hoje.