© null
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Celebrado em 20 de novembro, data da morte de Zumbi dos Palmares, para chamar a atenção para os direitos da população negra, o Dia da Consciência Negra teve sua origem há 49 anos na mesma Porto Alegre onde João Alberto Silveira Freitas foi assassinado por seguranças do Carrefour.
PUB
A data, oficializada em 2011 pela então presidente Dilma Rousseff, não é feriado nacional, mas municipal. O historiador Dudu Ribeiro afirma que ao menos mil municípios do Brasil (1/5) celebram a data com feriado, mas isso não ocorre, entre outras, em Brasília, Salvador ou Porto Alegre.
O 20 de novembro se contrapõe ao 13 de maio, data da abolição da escravatura no país, em 1888.
Em 1971, um grupo de ativistas e militantes negros na capital gaúcha, o Grupo Palmares, questionava o 13 de maio e propunha romper com a ideia de liberdade concedida, adotando a de liberdade conquistada, tendo como referência Zumbi.
O grupo contava com figuras importantes do movimento negro como o poeta e professor Oliveira Silveira, Antônio Carlos Cortes e Ilmo da Silva e defendia rever referências negras na poesia, literatura e artes no Brasil.
Reportagem em 23 de agosto de 1971 do jornal Folha da Tarde cita a primeira atividade pública do grupo, que nos anos seguintes ganhou força e conquistou legitimação social. O Palmares foi extinto em 1978, mas seu objetivo seria concretizado, com apoio de outros movimentos negros, 33 anos depois.