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Um dia depois de dizer que não fazia mais agendas públicas de rua por precaução contra a covid-19 o candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, disse nesta quarta-feira, 25, que não cancelou atividades de campanha.
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"A única precaução que nossa campanha tomou foi redobrar os cuidados em relação ao distanciamento e evitar agendas abertas que possam causar maior aglomeração nas calçadas e nas ruas", disse o candidato depois de se reunir com cerca de 30 mulheres lideres comunitárias no salão de uma igreja em Itaquera, Zona Leste.
Na véspera, Boulos disse textualmente: "tomamos uma decisão de, até sair o resultado (do teste para covid-19), não fazer agendas públicas de rua". O motivo da precaução foi o resultado positivo dos testes feitos pela deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP) que participou de uma atividade da campanha de Boulos na sexta-feira.
O exame do candidato ainda não foi agendado por falta de tempo e deve ser feito nesta quinta-feira, 26. Ele não tem sintomas da doença e deve participar de um encontro com comerciantes amanhã e a campanha prevê a possibilidade de uma carreata no sábado, véspera da eleição.
Essa não é a primeira vez que Boulos recua de declarações feitas durante a campanha. Na semana passada, em sabatina do Estadão, ele disse que "fazer concurso é uma forma de arrecadar mais para a previdência pública e você equilibrar a conta com os inativos". A declaração foi alvo de críticas até de economistas ligados ao PSOL. No primeiro momento, Boulos disse que a afirmação foi "tirada do contexto", depois admitiu que se expressou mal.
Segundo relatos de mulheres que participaram da reunião com Boulos nesta quarta-feira, 25, o candidato voltou a falar sobre o boletim de ocorrência registrado em 2011 por Regina Carnovale, mulher de Ricardo Nunes, vice de Bruno Covas, por violência doméstica.
Na reunião, o candidato fez uma série de promessas para combater a violência contra as mulheres como a ampliação da Patrulha Guardiã Maria da Penha na Guarda Civil Metropolitana (GCM), abertura de mais casas de acolhimento para mulheres vítimas de violência doméstica e o registro de casas construídas em ações de moradia da prefeitura no nome das esposas para que elas não tenham que deixar seus lares em casos de brigas e desentendimentos.
Depois do evento, Boulos foi questionado duas vezes por jornalistas estrangeiros que acompanham a reta final da campanha em São Paulo sobre as notícias que circulam na Europa de que o líder do MTST seria o "novo Lula". Boulos rechaçou a comparação. "Tenho muito respeito mas cada um de nós construiu a sua própria trajetória", disse.