© REUTERS/Leah Millis
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um Projeto de Lei que permite à Justiça do país aplicarem punições criminais contra os envolvidos em doping nos eventos internacionais envolvendo atletas americanos, patrocinadores ou emissoras.
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A Lei Rodchenkov, que tem esse nome como homenagem ao denunciante Grigory Rodchenkov, que ajudou a expor o doping com apoio estatal na Rússia, capacita promotores a buscar multas de até US$ 1 milhão e prisão de até 10 anos, além de restituição às vítimas.
"(A lei dá) ao Departamento de Justiça um poderoso e exclusivo conjunto de ferramentas para erradicar a fraude de doping e atividades criminosas similares em competições internacionais", disse o advogado de Rodchenkov, Jim Walden, segundo revelou o Inside the Games.
De acordo com Walden, agora, o Departamento de Justiça terá de desenvolver um programa que coopere com a Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA, na sigla em inglês), para levar o culpado à Justiça e criar tolerância zero para o doping no esporte.
O projeto, aprovado sem oposição pelo Senado dos EUA no mês passado, teve a oposição do Comitê Olímpico Internacional. A USADA disse que não há necessidade de incluir esportes profissionais e universitários dos EUA e causou discórdia.
A Agência Mundial Antidoping (Wada) também expressou preocupação sobre o projeto de lei, dizendo que vai desestabilizar o esforço antidoping global ao estender a jurisdição dos Estados Unidos além de suas fronteiras.
"Nenhuma nação jamais reivindicou jurisdição criminal sobre crimes de doping que ocorreram fora de suas fronteiras nacionais", disse a agência no mês passado, quando o projeto de lei foi aprovado no Senado.
"A Wada continua preocupada sobre os Estados Unidos exercerem unilateralmente a jurisdição criminal sobre todas as atividades globais de doping. Essa lei, provavelmente, prejudicará o esporte limpo, colocando em risco parcerias e cooperação entre as nações."