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Classificado para o mata-mata da Liga Europa, o Tottenham precisa vencer o Antuérpia, da Bélgica, nesta quinta-feira, para terminar a fase de grupos na liderança de sua chave. O time inglês está a dois pontos do rival e a partida será realizada em Londres. Além do fator casa, o Tottenham tem outros motivos para mostrar otimismo: a boa fase da equipe, que lidera o Campeonato Inglês ao lado do Liverpool, e o resgate do "Special One", apelido dado pelo técnico português José Mourinho a ele mesmo em sua primeira passagem pelo futebol inglês, no comando do Chelsea.
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De personalidade forte, o treinador viveu tempos de glória e também a pior fase da carreira na Inglaterra. Em sua primeira passagem pelo Chelsea, acumulou sete títulos nacionais. Após ganhar mais uma Liga dos Campeões da Europa, desta vez com a Inter de Milão - já havia vencido com o Porto, Mourinho perdeu o papel de protagonista entre os treinadores europeus. Enquanto o espanhol Pep Guardiola dominava as atenções com Barcelona e Bayern de Munique, o português fracassava em outros clubes gigantes.
A primeira decepção foi no Real Madrid. Embora tenha vencido o Campeonato Espanhol, a Supercopa da Espanha e a Copa do Rei, o trabalho ficou abaixo da expectativa e ele entrou em acordo com a diretoria do clube para rescindir o contrato. Mourinho, então, retornou para o Chelsea, mas não conseguiu ter o sucesso de outrora e acabou sendo demitido. Aventurou-se no Manchester United, onde conquistou a Liga Europa, Copa da Liga Inglesa e a Supercopa da Inglaterra na temporada 2016/2017. No entanto, foi demitido na temporada seguinte devido aos maus resultados. Apesar dos títulos no United, Mourinho recebeu críticas e ouviu que o seu "auge" já tinha passado.
"Quando as pessoas disseram que meu auge tinha passado, eu ganhei três títulos. Meu auge passou e eu ganhei uma Copa, uma Supercopa e uma Liga Europa. Imagina os outros que nunca conseguem ganhar?", rebateu Mourinho, em entrevista ao DAZN na semana passada. "Estou tranquilo e contente. O Tottenham é o Tottenham, as pessoas não estão habituadas, mas eu estou habituado. Essa sensação de já ter vivido essas posições muitas vezes ajuda a tranquilizar os jogadores", acrescentou.
Após a passagem pelo Manchester United, Mourinho teve sua maior pausa na carreira. Ficou 11 meses longe dos gramados e chegou até a se arriscar como comentarista de futebol. Trabalhou, inclusive, em transmissões de jogos do Santos e Corinthians pela Copa Sul-Americana, contratado pelo canal de streaming DAZN. O foco, porém, sempre foi voltar para a beira do campo.
"Sinto falta do futebol, da adrenalina, do campo, do trabalho. Futebol é futebol. Estou estudando alemão, idioma que não sabia falar. Mas falo inglês, espanhol, português, francês e italiano. Não excluo nada, nem mesmo a Alemanha", disse o português, em agosto do ano passado, em entrevista ao jornal italiano Gazzetta dello Sport.
Até que, três meses depois, ele recebeu a proposta para comandar o Tottenham. No passado, Mourinho tinha afirmado que nunca seria treinador da equipe, por causa da rivalidade com o Chelsea. Há um ano no Totenham, o treinador português parece estar voltando aos seus melhores momentos da carreira. Agora, tem a missão de acabar com o jejum de títulos do clube, que não levanta uma taça desde 2008.
"Para a maioria dos jogadores é uma sensação nova (estar na liderança do Campeonato Inglês), temos que ser capazes de abraçar essa pressão no sentido positivo, de não ficarmos assustados com ela. Vamos ganhar o campeonato? Não vamos? Vamos ficar em terceiro, quarto ou quinto? Não sei. Mas estamos sendo capazes de abraçar essa pressão e isso é um bom sinal", avaliou Mourinho.
A boa fase do Tottenham passa muito pela retomada da carreira de Mourinho, que tem recebido diversos elogios de jogadores, torcedores e comentaristas de futebol inglês. O atacante Harry Kane, por exemplo, exaltou a convivência com o treinador. "Está sendo muito bom trabalhar com José Mourinho e perceber como é que ele lida com as várias situações e problemas. É uma grande experiência de aprendizagem".