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O cantor britânico David Bowie morreu neste domingo (10), aos 69 anos, ele lutava contra um câncer havia 18 meses.A morte foi anunciada por um comunicado em sua página oficial no Facebook.
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Três dias antes de sua morte, Bowie havia lançado seu último disco intitulado "Blackstar". O trabalho experimental contém sete faixas que misturam jazz , nas letras tamas que vão desde a Bíblia até "Laranja Mecânica". Críticos de todo o mundo definem o 25º álbum do artista como uma obra-prima.
O cantor apresentou também o videoclipe de "Lazarus", na qual está deitado, no que parece ser uma cama de hospital, com seus olhos tapados. A seguir, saiba mais sobre a carreira de Bowie que conduziram o caminho para um trabalho como "Blackstar".
David Bowie formou sua primeira banda em 1962, aos 15 anos de idade influenciado pelo rock and roll de Chuck Berry, Elvis Presley e Little Richard. A banda “The Kon-Rads" chegou a se apresentar em encontros de jovens e casamentos.
Ainda se apresentando como Davie Jones, ele entrou para sua segunda banda, chamada Roit Squad, que além de composições próprias trazia covers da banda “The Velvet Underground”. Em 1967, lançou seu primeiro disco como o nome artístico de David Bowie e banda própria, com influência principalmente do folk e da psicodelia dos anos 60.
Em suas apresentações como um trio folk entre 1968 e 1969, Bowie incorporou mímica e poesia ao seu trabalho de palco, depois de estudar artes dramáticas com Lindsay Kemp. Em 11 de julho daquele ano, após a dissolução do trio, Bowie lança uma de suas músicas de maior sucesso.
“Space Oddity” narra a saga do astronauta Major Tom rumo à lua e veio a público cinco dias antes do lançamento da Apollo 11. Atingiu o 5º lugar no ranking musical do Reino Unido daquele ano com um dos versos mais emblemáticos de Bowie: “Planet Earth is Blue and there’s nothing I can do (Planeta Terra é azul e não há nada que eu possa fazer)”. O disco que leva o nome da música foi lançado em novembro daquele ano.
No ano seguinte, ele lança o disco “The Man Who Sold The World”, cuja faixa título também se tornaria um hit. Nessa fase, Bowie explora uma aparência andrógina e se apresenta para entrevistas usando vestido e cabelo comprido.
Ainda calcado no folk e na psicodelia, seu álbum seguinte Hunky Dory (1971) traz como destaque a faixa “Life on Mars?”, acompanhada de um videoclipe em que Bowie explora novamente seu figurino e sua faceta andrógina. O disco também homenageia algumas de suas principais referências com “Song for Bob Dylan”, “Andy Warhol” e “Queen Bitch”, em homenagem ao Velvet Underground.
Em 1972, Bowie apresenta ao mundo seu personagem alienígena Ziggy Stardust, que veio para salvar a terra com sua banda “Spiders From Mars”. Com cabelos tingidos de vermelho, muita maquiagem e uma apresentação visual mais impactante, o álbum “The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars” projeta Bowie para o topo do ranking musical britânico com a faixa “Starman”, que permanece por dois anos no topo das paradas.
O álbum traz ainda as faixas “John, I’m Only Dancing” e “All the Young Dudes”, que também alcançam sucesso no Reino Unido. É considerado o melhor disco dos anos 70 pela revista Melody Maker, especializada em música.
Após o sucesso em seu país, a turnê do disco segue para os EUA, onde Bowie compõe as músicas de seu próximo disco Aladdin Sane (1973), com a icônica capa em que seu rosto aparece pintado com um raio. O disco atinge o primeiro lugar no Reino Unido, com músicas como “The Jean Genie”, “Drive-In Saturday” e um cover dos Rolling Stones “Let’s Spend the Night Together”.
Bowie se muda para os EUA em 1974 e passa a morar em Los Angeles, onde busca se aproximar de novas fontes musicais para seu próximo trabalho: o funk e o soul, que aparecem no disco “Diamond Dogs”. Inspirado no livro “1984”, de Geroge Orwell, o disco traz um de seus maiores hits até os dias de hoje: “Rebel, Rebel”. Em conflito com sua persona, Bowie anuncia a morte de “Ziggy Stardust”.
Em uma sequência da influência da música negra norte-americana em seu trabalho, seu disco seguinte “Young Americans”, de 1975, alcança a primeira posição no ranking musical dos EUA com a música “Fame”, escrita em parceria com John Lennon.
Depois do álbum “Station to Station”, de 1976, que traz a música “Golden Years”, Bowie parte para uma nova fase. Após morar um período na Suíça, ele se muda para a Alemanha Ocidental, onde absorve a influência do “Krautrock”, como ficou conhecida a cena de bandas locais como “Kraftwerk” e “Neu”, que incorporavam música eletrônica aos seus trabalhos.
O primeiro disco dessa safra é Low (1977), que teve Brian Eno como produtor e traz a música “Sound and Vision” como a faixa mais comercial que alcançou o terceiro lugar no Reino Unido. Com presença da música eletrônica e composições minimalistas, o disco mostra uma nova guinada na carreira de Bowie.
No disco seguinte, a parceria de Bowie e Eno se mantém, mas as músicas conseguem conciliar melhor as experimentações eletrônicas com o pop e Heroes (1978) é melhor assimilado pelo público. O álbum traz na faixa título um de seus maiores sucessos, com a letra que narra a história de amor entre um casal separado pelo Muro de Berlim.
Com o último disco de sua fase alemã mais conceitural, “Lodger” (1979), que teve pouca recepção, Bowie deu uma nova guinada no começo da década com o lançamento de “Scary Monsters (and Super Creeps)", que trouxe o hit “Ashes to Ashes” e resgatou o personagem Major Tom de Space Oddity. A canção alcançou o primeiro lugar nas paradas junto do clipe, um dos mais caros e inovadores da época.
A mistura de guitarras e batidas eletrônicas apontou para um novo movimento musical seguido por inúmeras bandas que viriam na década de 80: o new wave.No disco que se seguiu, Bowie apareceu com músicas mais dançantes e atingiu enorme sucesso comercial. Let’s Dance colocou três hits nas rádios.
Além da música que dá nome ao disco se destacaram as faixas “Modern Love” e “China Girl”. Com informações da Agência Brasil.