Renúncia de secretária de Transportes de Trump marca 1º desembarque do alto escalão

A saídasocorre em meio a especulações de que outros membros da Casa Branca seguirão o mesmo caminho

© Getty Images

Mundo TRUMP-APOIADORES 08/01/21 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após apoiadores de Donald Trump invadirem o Congresso na quarta-feira (6), um crescente número de líderes da sociedade civil, empresários e políticos começaram a romper com o presidente –e chegam até a discutir medidas para retirá-lo do poder antes do término de seu mandato, em 20 de janeiro.

PUB

Se o endosso de democratas à iniciativa não surpreende, nomes importantes do Partido Republicano e membros do governo passaram a criticar abertamente Trump, cada vez mais isolado na Casa Branca.

Leia Também: Após desbloqueio do Twitter, Trump afirma que direcionará esforços para transição pacífica

Nesta quinta-feira (7), a secretária de Transportes, Elaine Chao, parte do alto escalão da atual administração, renunciou, confirmando especulações de que deixaria o cargo. "Nosso país viveu um evento traumático e totalmente evitável", disse ela em um comunicado em suas redes sociais.

Chao é casada com o líder dos republicanos no Senado, Mitch McConnell, que já havia rompido com Trump por rejeitar a tentativa de impedir a confirmação do resultado das eleições, vencidas por Joe Biden.

O vice-conselheiro de Segurança Nacional do governo, Matt Pottinger, o principal conselheiro da Casa Branca para a Rússia, Ryan Tully, e o ex-chefe de gabinete e atual enviado especial à Irlanda do Norte, Mick Mulvaney, também deixaram seus cargos.

"Liguei para [o secretário de Estado] Mike Pompeo para avisá-lo que estava renunciando. Não posso ficar", disse Mulvaney à rede de TV CNBC na manhã desta quinta. "Aqueles que escolheram ficar estão optando assim porque estão preocupados que o presidente coloque alguém pior."

As saídas ocorrem em meio a especulações de que outros membros da Casa Branca seguirão o mesmo caminho –Chris Liddell, vice-chefe de gabinete de Trump, também estaria considerando abandonar o governo, segundo a imprensa americana.

O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Robert C. O'Brien, elogiou o comportamento do vice Mike Pence, que resistiu à pressão de Trump para anular a certificação eleitoral, sem fazer menção direta ao presidente. "Acabei de falar com o vice-presidente Pence. Ele é um homem genuinamente bom e decente e exibiu coragem hoje", escreveu ele em suas redes sociais.

William Barr, ex-secretário de Justiça do governo, chamou a conduta de Trump de "uma traição a seu cargo e a seus apoiadores". Ele era um dos apoiadores mais fervorosos do presidente, mas a relação entre os dois ficou estremecida após o hoje ex-secretário reconhecer não ter havido fraude eleitoral que justificasse uma reversão da derrota do republicano. Acabou demitido no mês passado.

Além disso, Anna Cristina Niceta, responsável pelo cerimonial da Casa Branca, e Stephanie Grisham, chefe de gabinete da primeira-dama Melania Trump e ex-porta-voz da Casa Branca, também deixaram o governo.

A vice-secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Matthews, fez o mesmo, dizendo estar "profundamente perturbada" com o ataque ao Capitólio. "Tive a honra de servir na administração Trump e me orgulho das políticas que aprovamos", disse Matthews em um comunicado. "Vou renunciar ao meu cargo, com efeito imediato. Nossa nação precisa de uma transferência pacífica de poder."

O governador do estado de Vermont, o republicano Phil Scott, atacou Trump diretamente. "Não se engane, o presidente dos Estados Unidos é o responsável por este evento", disse ele, que já criticou Trump no passado e apoiou o inquérito de impeachment da Câmara em 2019.

O senador Ted Cruz e o procurador-geral do Texas, Ken Paxton, que sempre apoiaram as teorias falsas de que o pleito foi fraudado, manifestaram-se contra a invasão do Congresso, pedindo o fim da violência.

Há aqueles que resistem. Na sessão de certificação da vitória de Biden, que seguiu durante a madrugada desta quinta, aliados de Trump no Congresso apresentaram objeções, em uma tentativa de invalidar o resultado das urnas nos estados de Arizona e Pensilvânia.

Nas duas Casas, o placar das votações arruinou qualquer esperança de que as contestações resultassem em alguma mudança na vitória de Biden. O questionamento aos votos do Arizona foi rejeitado com placar de 303 a 121 na Câmara, e 93 a 6 no Senado. A objeção aos delegados da Pensilvânia perdeu por 282 a 138 entre os deputados, e 92 a 7 entre os senadores.

Após o Congresso dos EUA ratificar a vitória do democrata, Trump prometeu "uma transição ordeira".

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama PAOLLA-OLIVEIRA Há 22 Horas

Paolla Oliveira e Yasmin Brunet negam climão no Rock in Rio

politica QUAEST-PESQUISA Há 3 Horas

Pesquisa Quaest aponta cenário apertado na disputa por SP; veja

mundo Emergência Há 20 Horas

Homem morre após ser atingido com garrafa na axila na Espanha

tech Oriente Médio Há 5 Horas

O que são 'pagers', como funcionam e de que forma foram usados em ataque?

fama Educação Há 17 Horas

Colégio nega matrícula para filhos de Ronaldo e Georgina Rodríguez

fama EUA Há 5 Horas

Bailarina e mãe morrem com apenas um dia de diferença

justica Araxá Há 3 Horas

Jovem de 21 anos se perde das amigas e é estuprada por dois homens em MG

politica Justiça Há 3 Horas

Qual a participação de Marçal em furto a banco e por que o caso prescreveu? Entenda

mundo Itália Há 3 Horas

Babá de 22 anos é presa após corpos de bebês serem achados em seu quintal

lifestyle Estudo Há 21 Horas

Mais de 200 milhões de mortes serão ligadas a bactérias super-resistentes até 2050