Às vésperas da posse de Biden, Israel ordena construção de 800 assentamentos na Cisjordânia

A construção dos assentamentos divide opiniões

© Getty Images

Mundo ISRAEL-PALESTINA 11/01/21 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, ordenou nesta segunda-feira (11) o avanço dos planos para construir cerca de 800 casas para judeus na Cisjordânia ocupada, área em disputa com palestinos.

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O anúncio ocorre a nove dias da posse do novo presidente dos EUA, Joe Biden, que já declarou ser contrário à construção desses assentamentos por Israel.

Os palestinos criticam a instalação de casas em terras sob disputa porque a presença das moradias impede a criação de um Estado palestino, algo que buscam há decadas.

"Estamos aqui para ficar. Nós vamos continuar a construir na terra de Israel", escreveu Netanyahu em rede social. O premiê está em campanha para a eleição marcada para 23 de março, o quarto pleito em dois anos.

Yair Lapid, líder da oposição, criticou a decisão. "Trata-se de um anúncio irresponsável. Biden ainda não tomou posse, e o governo [de Israel] já está nos levando a um confronto desnecessário", disse.

O atual presidente americano, Donald Trump, é um grande aliado de Netanyahu. Em novembro, o secretário de Estado, Mike Pompeo, visitou um assentamento na Cisjordânia e disse avaliar que a construção dessas moradias não desrespeita a lei internacional. Muitos países discordam.

Há grande expectativa de que a gestão Biden retome o entendimento anterior do governo dos EUA, de que Israel não deve construir moradias nas áreas em disputa. O governo israelense, por sua vez, diz ter laços históricos com a região, que ocupa militarmente desde 1967. Atualmente, há cerca de 440 mil colonos israelenses vivendo entre três milhões de palestinos na Cisjordânia.

Segundo o anúncio, as novas moradias serão feitas em Beit El, Tal Menashe, Rehelim, Shavei Shomron, Barkan, Karnei Shomron e Givat Zeev; ainda não se sabe quando elas começarão a ser construídas.

No ano passado, Trump tentou mediar um acordo de paz na região. Pelo plano, apoiado por Netanyahu, os palestinos ficariam com um território fragmentado, ligado por estradas e túneis. A proposta foi rechaçada pelos palestinos, que se recusaram a participar da negociação por considerarem o projeto pró-Israel.

A equipe do republicano também tem buscado estimular a retomada das relações entre países árabes com Israel, muitas das quais rompidas devido à questão palestina. Nos últimos meses, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Marrocos e Sudão assinaram acordos com o governo israelense.

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