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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A origem indiana da vacina da AstraZeneca/Universidade de Oxford pode ser um entrave de última hora contra sua aprovação para uso emergencial no Brasil.
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Como o laboratório anglo-sueco está comprometido com os programas de vacinação do Reino Unido e do continente, foi indicado que os 2 milhões de doses da vacina que o Ministério da Saúde pediu seriam entregues pela farmacêutica Serum, parceira no projeto.
No Brasil, a produção local da vacina de Oxford, como é chamada, será tocada pela Fiocruz. O governo federal contratou a produção de 100 milhões de doses, entre importação e fabricação própria.
Dos 18 itens de verificação geral que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) disponibiliza em seu site para verificar o status da aprovação dos imunizantes, 4 estão pendentes devido a problemas relativos à fabricação do produto na Índia.
São basicamente pontos em que os dados de pesquisa da chamada vacina de Oxford precisam ser comparados com a vacina do laboratório indiano.
Há também a falta de indicação sobre as condições do transporte do lote para uso emergencial no Brasil, algo que parece mais simples de sanar e menor perto da dificuldade em conseguir liberar o lote para entrega.
Pessoas com conhecimento do processo afirmam que a Anvisa terá de fazer vista grossa para as questões, que não teriam como ser respondidas em prazos exíguos, se pretender aprovar de forma expedita o uso.
A agência define no domingo (17) se aprova a vacina e o imunizante do Butantan/Sinovac, a Coronavac.
Mais cedo, o governo da Índia indicou ao do Brasil que não poderia entregar as 2 milhões de doses da vacina da AstraZeneca antes do início da campanha de imunização no país do sul da Ásia.
Segundo um integrante do Ministério da Saúde disse a autoridades estaduais, seria impossível fazer o despacho sem um dano político irreversível ao governo do premiê Narendra Modi. O próprio presidente Jair Bolsonaro, em entrevista, sugeriu que esse seria o problema.
Os indianos creditaram a um açodamento do Brasil o anúncio do envio de um avião fretado para recolher as doses da vacina, feita localmente pelo laboratório Serum.
A expectativa mais realista é de que o lote seja liberado no começo da semana que vem. O governo federal queria começar a vacinação no país na quarta (20), mas tudo indica que o prazo é inexequível.