Rússia nega recusa da Sputnik V e diz que Anvisa pediu mais dados

Segundo o fundo, a agência "requisitou informações adicionais, que serão enviadas rapidamente"

© Shutterstock

Brasil VACINA-SPUTNIK V 17/01/21 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O fundo soberano russo, que bancou a criação e promove a venda da vacina contra a Covid-19 Sputnik V, negou na manhã deste domingo (17) que o imunizante tenha sido recusado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

PUB

Segundo o fundo, a agência "requisitou informações adicionais, que serão enviadas rapidamente". "Tais pedidos de reguladores são procedimentos padrão e não significam que um pedido de registro tenha sido rejeitado", afirmou, em nota.

A vacina russa havia sido a terceira a pedir o registro para uso emergencial no país, depois dos imunizantes da Sinovac/Butantan (Coronavac) e AstraZeneca/Universidade de Oxford.

Essas duas vacinas tiveram estudos de fase 3, final, realizados no Brasil. O laboratório paulista União Química, que tem acordo para a fabricação da Sputnik no país, fez um pedido para tais ensaios no fim do ano passado à Anvisa, sem resposta até aqui.

"A agência esclarece que não basta o pedido de autorização de estudo clínico de fase 3 estar protocolado para pedir uso emergencial. É necessário que tais estudos estejam em andamento no país, além de outras medidas condicionantes já previstas", disse a Anvisa no sábado à noite.

Procurada nesta manhã, a Anvisa ainda não comentou o caso.

O plano dos russos era fazer os ensaios de fase 3 brasileiros de forma concomitante à produção da vacina. Isso pode ocorrer, de toda forma, mesmo sem a aprovação para o uso -a Coronavac, por exemplo, teve quase 11 milhões de doses importadas e só terá sua autorização analisada nesta tarde.

A nota do fundo também cita movimentação no Senado para aprovar lei que permita o uso de vacinas já autorizadas em outros países, inclusive a Rússia.

O país de Vladimir Putin não constava no rol de autorizados a fornecer imunizantes ao Plano Nacional de Imunização do governo federal, segundo a medida provisória de 7 de janeiro.

Isso gerou insatisfação entre secretários de Saúde dos estados, para quem quanto mais vacina, melhor, ainda mais com os atrasos e discurso contraditório do governo federal.

Dois deles, Paraná e Bahia, haviam assinado acordos em separado para a aquisição de dose e, no caso do sulista, produção da Sputnik V -que acabou caducando em favor do acordo entre os russos e a União Química, que prevê inicialmente 10 milhões de doses no país.

O governo baiano inclusive foi ao Supremo Tribunal Federal no sábado para pedir a liberação da Sputnik V. O imunizante tem preço semelhante ao pago por São Paulo pelas 46 milhões de doses da Coronavac, cerca de US$ 10 por unidade, metade do que concorrentes ocidentais mais badalados.

Para o Fundo Direto de Investimento Russo, a divulgação de "informação imprecisa à noite ou no fim de semana a faz mais difícil de verificar", e integra uma "campanha de desinformação contra a Sputnik V".

Registrada para uso emergencial na Rússia em agosto, a vacina é vendida como a primeira com esse status no mundo -na realidade, a China havia feito o mesmo poucos dias antes.

Causou espanto, de toda forma, o anúncio de que a vacinação emergencial coincidiria com os estudos de fase 3 da vacina. Cientistas criticaram o procedimento, e mais de 40 mil profissionais de saúde russo foram vacinados.

Dados de ensaios da fase 1 e 2 foram publicados no The Lancet, periódico científico que é referência no tema. Os resultados preliminares da fase 3 ainda não, mas segundo o Instituto Gamaleya, criador da vacina, indicam uma eficácia de 91,4% do imunizante.

Ele tem como grande vantagem competitiva usar como vetor para levar material genético que estimula a resposta imune um adenovírus atenuado comum de resfriado em humanos. São duas doses com intervalo de 21 dias, usando dois adenovírus diferentes.

O método, dizem os russos, amplifica a capacidade de resposta. Apesar das críticas iniciais no Ocidente, a AstraZeneca está fazendo testes conjuntos nos quais aplica uma primeira dose de seu imunizante e a segunda, de um dos elementos russo.

A Rússia vê na vacina um elemento de influência geopolítica. Ela já tem autorização para uso emergencial na Argentina, onde a imunização já começou, Sérvia, Belarus (também com vacinação em curso), Bolívia, Paraguai, Venezuela (com vacinação), Argélia e Palestina.

A vacinação também está em curso na Rússia, com cerca de 1,5 milhão de pessoas imunizadas.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

politica Polícia Federal Há 23 Horas

Bolsonaro pode ser preso por plano de golpe? Entenda

fama Harry e Meghan Markle Há 14 Horas

Harry e Meghan Markle deram início ao divórcio? O que se sabe até agora

fama MAIDÊ-MAHL Há 23 Horas

Polícia encerra inquérito sobre Maidê Mahl; atriz continua internada

justica Itaúna Há 23 Horas

Homem branco oferece R$ 10 para agredir homem negro com cintadas em MG

economia Carrefour Há 21 Horas

Se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros, diz Fávaro, sobre decisão do Carrefour

economia LEILÃO-RECEITA Há 20 Horas

Leilão da Receita tem iPhones 14 Pro Max por R$ 800 e lote com R$ 2 milhões em relógios

fama LUAN-SANTANA Há 23 Horas

Luan Santana e Jade Magalhães revelam nome da filha e planejam casamento

brasil São Paulo Há 23 Horas

Menina de 6 anos é atropelada e arrastada por carro em SP; condutor fugiu

politica Investigação Há 15 Horas

Bolsonaro liderou, e Braga Netto foi principal arquiteto do golpe, diz PF

mundo País de Gales Há 22 Horas

Jovem milionário mata o melhor amigo em ataque planejado no Reino Unido