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A aprovação da Coronavac para uso emergencial e o início da vacinação no Estado de São Paulo no domingo, 17, deram ao governador João Doria (PSDB) um novo "fôlego" nas redes sociais. Segundo levantamento da consultoria Bites feito a pedido do Estadão, Doria superou o ganho de seguidores do presidente Jair Bolsonaro nos últimos dias. Entre 16 e 18 de janeiro, o governador somou 47,5 mil novos seguidores nas principais redes sociais. Bolsonaro conquistou bem menos, 11 mil.
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A vantagem do tucano se dá no momento em que o governo do Estado conseguiu iniciar a vacinação antes do Ministério da Saúde. No domingo, minutos após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar o uso da Coronavac, a enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, foi a primeira brasileira a receber uma dose no País. Na ocasião, Doria aproveitou para criticar o governo federal: "É o triunfo da vida contra os negacionistas, contra aqueles que preferem o cheiro da morte, ao invés da alegria da vida".
A guinada de seguidores nas redes de Doria representa um "ponto de inflexão" na disputa digital do governador contra o presidente, na avaliação do diretor da Bites, Manoel Fernandes. "Mas o governador de São Paulo precisará ter um conjunto de variáveis a seu favor para manter a vantagem iniciada no domingo", afirmou ele.
No recorte mensal, que leva em consideração os últimos 30 dias, Bolsonaro tem um ganho de seguidores bem superior ao de Doria. De acordo com o levantamento, o presidente conquistou 114 mil pessoas em suas redes, ante quase 70 mil do governador. Em outras métricas, o tucano também aparece bem atrás - como em citações no Twitter e interações no Twitter, Facebook e Instagram.
Para o diretor da Bites, o número maior de seguidores não significa uma onda de apoio a Doria, mas um fluxo contrário a Bolsonaro. Ele citou como exemplo o fato de a hashtag #adeusbolsonaro estar entre as mais associadas ao nome de governador. "Doria precisará se manter na narrativa com fatos que chamem atenção de seus aliados e potenciais eleitores em 2022. Mas ainda não temos 'doristas'", afirmou.
A "ultrapassagem" de seguidores nos últimos dias, segundo o cientista político Eduardo Grin, professor da FGV-SP, reflete a "vitória" de Doria sobre Bolsonaro na corrida da vacina. "Havia uma disputa política evidente para saber quem seria o primeiro a aparecer na foto com a vacina sendo aplicada. Como uma imagem vale muito, a população tende a se guiar por isso."
Apesar de ser uma marca importante para a gestão do governador, a vacina não será suficiente para "catapultar" uma candidatura competitiva em 2022, disse o professor. "Ele deverá achar um mote de campanha que mostre para a sociedade que ele não é apenas oposição a Bolsonaro, que tem propostas para resolver problemas como desemprego."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.