Para Mourão, crise em Manaus e vacina derrubou popularidade de Bolsonaro

Uma pesquisa mostraou a elevação de oito pontos percentuais na reprovação ao governo Bolsonaro, que chegou a 40%

© Getty Images

Política Vice 25/01/21 POR Folhapress

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS - O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) atribuiu a queda de popularidade do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a "bastante ruído" envolvendo os problemas na vacinação contra Covid-19 no Brasil e à crise de falta de oxigênio em Manaus (AM).

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"Está havendo um momento aí, vamos dizer assim, de bastante ruído por dois aspectos. Um aspecto é a questão da vacina, da vacinação que, no momento que for esclarecido que o governo está fazendo o possível e o impossível para ter um fluxo contínuo. E também a questão de Manaus, no momento que isso for esclarecido, acho que diminui este ruído."

"E, óbvio, tem as eleições das duas Casas do Legislativo que influi. Então, semana que vem, acho que baixa um pouco as tensões", disse Mourão a jornalistas ao chegar à Vice-Presidência nesta segunda (22).

Nesta sexta-feira (22), pesquisa Datafolha trouxe o diagnóstico do momento, mostrando a elevação de oito pontos percentuais na reprovação ao governo Bolsonaro, que chegou a 40% e superou novamente a aprovação (que recuou de 37% para 31%).

No fim de semana, em dias separados, grupos da esquerda e da direita promoveram carreatas contra Bolsonaro. Abordado por um apoiador de Campo Grande (MS) no jardim do Palácio da Alvorada, ele minimizou o ato na capital e não falou sobre outras cidades.

"Campo Grande... Eu vi uma carreata monstro de uns dez carros lá contra mim", disse Bolsonaro em interação publicada em vídeo por um canal simpático a ele na internet.

O presidente voltou a dizer que, em março, decidirá a qual partido se filiará caso, de fato, não consiga tirar o Aliança do papel. "Se não decolar, a gente vai ter que ter outro partido, senão não temos como nos preparar para as eleições de 2022", disse o presidente aos apoiadores.

Pelo vídeo gravado em uma área em que a presença de jornalistas não é autorizada, no Alvorada, Bolsonaro não foi questionado e nem abordou espontaneamente a crise na saúde por causa da pandemia de Covid-19, que já matou 217,1 mil pessoas no Brasil.

Assim como Manaus, no sábado (23), o governador de Rondônia, Marcos Rocha (PSL), anunciou que chegou a um acordo com o governo federal para transferir pacientes que estão em fila de espera para tratamento da Covid-19.

Sem vagas para mais atendimentos, ele fez ainda um apelo para que médicos vão até o estado ajudar as equipes de saúde.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitou ao STF (Supremo Tribunal Federal), no sábado (23), abertura de inquérito para apurar a conduta do ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, em relação ao colapso da saúde pública em Manaus.

Sob pressão para deixar o cargo, Pazuello viajou à capital amazonense. Em nota, o Ministério da Saúde informou que o ministro "não tem voo de volta a Brasília" e que "ficará no Amazonas o tempo que for necessário".

Indagado por repórteres, Mourão defendeu que Pazuello dê explicações à PGR por causa do "disse-me disse". "Uma vez que existe muito disse-me disse a respeito disso, acho que é melhor que se chegue à conclusão do que que aconteceu", afirmou o vice-presidente, que defendeu o ministro da Saúde, militar da ativa.

"Pelo que tenho acompanhado o trabalho do ministro Pazuello, sei que ele tem feito um trabalho meticuloso e de forma honesta e competente. Então, que se investigue e se chegue à conclusão do que que aconteceu na realidade", disse Mourão.

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