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A greve dos médicos peritos do INSS, qur já dura quatro meses, está afetando a vida de mais de 1,3 milhão de brasileiros, que não conseguem os laudos necessários para entrar com o pedido de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez. De acordo com reportagem do jornal O Dia, a perícia está sendo feita por apenas 30% do efetivo, percentual que é obrigatório por lei.
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“É muito indigno ver minha esposa trabalhando sozinha e eu ter que fazer bicos, depois de ter um emprego e não poder receber o meu auxílio”, desabafou Nestor de Souza, 56 anos. Ele perdeu os movimentos das mãos depois que desenvolveu uma lesão. Assim, não consegue continuar o trabalho que fazia em uma lavanderia. Desde agosto de 2015 que Nestor tenta receber o auxílio-doença do INSS, mas não consegue por conta da falta de peritos.
O presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP), Francisco Eduardo Cardoso, explicou que 95% dos 4.378 servidores da categoria aderiram à greve e trabalham em um sistema de rodízio para manter o atendimento mínimo. “Enquanto não houver um acordo satisfatório por parte do governo, continuaremos em greve mas estamos buscando a negociação”, disse Cardoso ao jornal.
De acordo com a ANMP, já foram realizadas quatro reuniões antes do início da greve e três ao longo dos quatro meses de paralisação. Até agora, nenhum acordo foi firmado. Os médicos querem 27% de aumento em dois anos, redução da carga semanal de 40 para 30 horas, reestruturação da carreira e fim da terceirização.
A reportagem apurou que agendar a perícia não é garantia de que se vá conseguir o atendimento, uma vez que muitas pessoas chegaram no local e hora marcados e tiveram que voltar para casa sem a perícia, pois não haviam profissionais em número suficiente para todos os presentes.