Preço do aluguel cai pela primeira vez desde 2008

O preço anunciado de venda dos imóveis, por exemplo, encerrou o ano passado com valorização de 1,32%

© Pixabay

Economia Retração 15/01/16 POR Estadao Conteudo

A retração do mercado imobiliário em 2015 atingiu com mais força o segmento de locação. O preço médio dos novos contratos de aluguel caiu pela primeira vez desde 2008 no ano passado, de acordo com o Índice FipeZap, que acompanha o valor anunciado de locação em nove cidades brasileiras. O recuo foi de 3,34% que, se descontada a inflação pelo IPCA, chega a uma queda real de 12,66%.

PUB

"Os proprietários tendem a ser mais flexíveis na negociação do aluguel do que no preço de venda. Essa diferença faz com que o mercado de locação seja mais dinâmico do que o de venda", afirma Bruno Oliva, economista e pesquisador da Fipe.

O preço anunciado de venda dos imóveis, por exemplo, encerrou o ano passado com valorização de 1,32%, ainda segundo levantamento do Índice FipeZap, e só deve migrar em 2016 para o campo negativo.

Oliva explica que, no lugar de dar um desconto para conseguir vender um imóvel, os proprietários preferem colocar a propriedade para locação e eliminar custos como o de IPTU e condomínio, além da manutenção. Segundo ele, o crescimento da oferta de unidades para locação também ajuda a explicar o recuo do preço pedido pelos proprietários.

Para quem depende do aluguel para morar, o recado é que chegou a hora de negociar com mais facilidade e conseguir evitar, pelo menos, aumentos que acompanhem a inflação. O Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M) - usado para reajustar a ampla maioria dos contratos de aluguel - fechou 2015 com avanço de 10,54%. Mas, em um ambiente de recuo do custo de locação, deve prevalecer a negociação.

"Os donos de imóvel começaram a perceber que não adiantava cobrar valores altos de aluguel ou mantê-los, já que não era isso que o mercado estava disposto a fazer", diz Mark Turnbull, diretor de locação do Secovi-SP, o sindicato da habitação. Ele lembra que a desaceleração do mercado de aluguel vem ocorrendo há pelo menos um ano e meio e, a partir da metade do ano passado, começou a ganhar mais intensidade.

Por enquanto, o momento ruim da economia deve continuar a favorecer os locatários. "Não há nenhum fator que indique neste primeiro semestre que o preço do aluguel possa voltar a subir. Esperamos, pelo menos, mais oito meses de recuo", afirma Turnbull.

Para ele, os proprietários devem refletir no vencimento dos contratos e avaliar se, em busca de maior rentabilidade, vale a pena abrir mão de um inquilino cujos hábitos já são conhecidos.

O Secovi também pesquisa o valor de locação residencial, mas a metodologia é diferente da usada pela Fipe. A pesquisa do sindicato usa os valores já firmados em contratos, e não das ofertas de aluguel. Pelos dados mais recentes, referentes ao mês de novembro do ano passado, o aluguel na cidade de São Paulo acumula um recuo de 2,1% na comparação com os doze meses anteriores.

Cidades

O recuo do preço do aluguel pelo Índice FipeZap foi puxado pelo desempenho das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, os dois maiores mercados imobiliários do País. Só na capital fluminense, o aluguel ficou 8,27% mais barato no ano passado e, em São Paulo, caiu 3,70%. Santos, no litoral paulista, também registrou queda no preço de locação em 2015, de 1,5%.

"O Rio de Janeiro foi o mercado que mais subiu durante o boom imobiliário, então é natural que o ajuste seja mais forte", diz Oliva, da Fipe. Apesar da baixa no ano passado, o Rio continua a ter o aluguel mais caro do Brasil: cada metro quadrado tem o custo de R$ 37,79. Um imóvel de 100 m², por exemplo, tem aluguel médio de R$ 3.779.

As demais cidades (Brasília, Salvador, Porto Alegre, Curitiba, São Bernardo do Campo e Campinas) registraram variações abaixo da inflação.

A rentabilidade do aluguel também está em baixa. De acordo com a Fipe, o retorno anual está em 4,6%, quase a metade do início da série, em 2008, quando rondava 8%.

A rentabilidade é calculada com base na divisão do preço mensal de locação pelo de venda. O resultado dessa operação é multiplicado por doze. A ideia é simular o retorno médio para os próximos doze meses.

Para Turnbull, contudo, nem sempre é adequado comparar os rendimentos com aluguel com os encontrados na renda fixa ou variável.

"Imóvel é um investimento de longo prazo, que não tem liquidez. Em momentos como este, é recomendável aceitar eventuais perdas porque ele pode voltar a se valorizar", diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Harry e Meghan Markle Há 1 Hora

Harry e Meghan Markle deram início ao divórcio? O que se sabe até agora

fama Vídeo Há 1 Hora

DiCaprio é acusado de 'comportamento desrespeitoso' em hotel

politica Investigação Há 1 Hora

Bolsonaro liderou, e Braga Netto foi principal arquiteto do golpe, diz PF

esporte Redes Sociais Há 20 Horas

Neymar rebate declaração de Rodri sobre Vini Jr: 'Virou falador'

fama Documentário Há 20 Horas

Diagnosticado com demência, filme conta a história Maurício Kubrusly

fama Miley Cyrus Há 20 Horas

Miley Cyrus sobre o namorado: "Não levamos a vida muito a sério"

fama MARIA-FLOR Há 17 Horas

Todo mundo diz que tenho cara de boazinha, mas sou brava, diz Maria Flor

fama Fantasias Há 22 Horas

Descubra as fantasias íntimas dos famosos

fama FAUSTÃO-SAÚDE Há 21 Horas

João Silva diz que Faustão está 'cada dia melhor' após dois transplantes

brasil Brasil Há 23 Horas

Jovens fogem após sofrerem grave acidente de carro; vídeo