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O acordo entre Moscou e Damasco sobre o destacamento militar russo na Síria, onde dezenas de aviões de combate russos efetuam ataques aéreos, não tem limite de tempo, segundo o texto oficial divulgado nesta sexta-feira (15).
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O pacto sobre a presença russa na base militar de Hmeimim (oeste) foi assinado em Damasco no dia 26 de agosto, mais de um mês antes do início da intervenção militar, que segundo Moscou visa o grupo radical Estado Islâmico e os grupos "terroristas" que atuam na Síria. Na altura, a Rússia negou que estivesse em curso qualquer destacamento, apesar das informações sobre um aumento da atividade no Bósforo, por onde transitavam navios de guerra russos com militares e material tendo como destino o porto sírio de Tartus onde o exército russo dispõe de instalações.
O acordo de sete páginas permite que o exército russo destaque os soldados e o armamento que julgar necessários e estipula ser "celebrado por tempo ilimitado", o que abre teoricamente a via a uma presença militar permanente no país. O presidente russo, Vladimir Putin, indicou que o destacamento dos bombardeiros e dos aviões de ataque Sukhoi, para uma intervenção a pedido do presidente sírio, Bashar al-Assad, duraria o tempo que fosse preciso.
O presidente da Comissão dos Negócios Estrangeiros da Duma, Alexei Puchkov, falou de "três a quatro meses" de ataques aéreos. Segundo o especialista militar russo Alexandre Golts, "a Rússia pode terminar a sua intervenção militar quando quiser, não tem qualquer obrigação perante a Síria", mas também "pode ficar tanto tempo quanto quiser". "Isso depende apenas da sua boa vontade", considerou em declarações à agência France Presse.
Após mais de três meses e meio de ataques aéreos intensivos, o exército russo reivindica a destruição de milhares de alvos "terroristas" e permitiu às forças do regime sírio retomarem a iniciativa face a rebeldes enfraquecidos devido ao poder de fogo da aviação russa.
No final de dezembro, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos afirmou que os ataques russos tinham causado 2.371 mortos, um terço dos quais civis. O Ministério da Defesa russo qualifica as acusações de infundadas e absurdas.