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Setenta e oito milhões de raios caem no Brasil todos os anos, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A cada 50 mortes no mundo por raios, uma ocorre no nosso país. Do ano 2000 a 2019, mais de 1,5 mil pessoas entraram para essa estatística.
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Para coletar dados sobre esses raios, pesquisadores da Universidade do Paraná estão desenvolvendo um novo sistema de baixo custo, como explica o coordenador Armando Heilmann.
Sonora: “A principal utilidade desse sensor é ter dados de raios durante eventos de tempestade e que esses dados possam ser utilizados para um melhor gerenciamento de risco seja para uma localização em que haja muitas indústrias, por exemplo, com atividades externas; seja para ambientes abertos, como a exposição de pessoas no litoral durante a temporada de verão; seja para auxiliar na prospecção de área de maior ocorrência de raios.”
O sistema é formado por antenas de detecção de raios, que, em rede, podem cobrir grandes áreas. Para o litoral do Paraná, seriam necessários cerca de seis sensores.
Já para o gerenciamento de riscos em todo o estado, a estimativa é de 1,3 mil. O pesquisador explica as contribuições da nova alternativa de monitoramento desses fenômenos.
Sonora: “Pode vir a ser um sistema totalmente desenvolvido para auxiliar os atuais sistemas de monitoramento de raios, somando informações a eles mas também classificando os eventos com raios e colaborando na geração de dados de raios para o gerenciamento de risco, viabilização de projetos de grande extensão, como em projetos de linhas de transmissão, além da informação irrestrita de informações de raios que poderão ser utilizados também para fins de formalizar se determinado dano foi ou não causado por um raio.”
O cientista também destaca que o sistema tem se mostrado eficiente de acordo com padrões internacionais.
Sonora: “Os dados de detecção do StormDetector foram correlacionados com uma agência europeia de detecção de raios e apresentou: uma eficiência de detecção de 76%, uma probabilidade de detecção de 80% e um erro de detecção de 3 km. É bem baixo comparado a um sistema de monitoramento delongo alcance já que nós estamos falando de um sistema de localização de curta distância.”
O próximo passo do grupo é instalar um conjunto de seis sensores na região de Curitiba e testar a operação em rede.