PGR começa a investigar Bolsonaro e Pazuello por crise na saúde no AM e PA

A investigação também incluirá o crime de propagar a utilização de medicamentos que não têm eficácia científica comprovada

© Getty Images

Política Governo 05/02/21 POR Folhapress

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O procurador-geral da República, Augusto Aras, instaurou uma apuração preliminar para apurar a conduta do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na crise de saúde no Amazonas e no Pará.

PUB

A investigação também incluirá o crime de propagar a utilização de medicamentos que não têm eficácia científica comprovada devido à atuação de ambos em favor da hidroxicloroquina e do tratamento precoce contra a Covid-19.

A decisão de Aras é uma resposta a uma notícia-crime protocolada pelo PC do B no STF (Supremo Tribunal Federal). A sigla afirmou que há "fortes indícios" da prática de prevaricação do chefe do Executivo e de seu auxiliar no colapso em Manaus e ressaltam que o mesmo cenário tem sido visto em municípios do Pará.

O procurador-geral informou à corte que abriu uma notícia de fato, instrumento que permite a "apuração preliminar dos fatos narrados e suas circunstâncias, em tese, na esfera penal".

"Caso, eventualmente, surjam indícios razoáveis de possíveis práticas delitivas por parte dos noticiados, será requerida a instauração de inquérito nesse Supremo Tribunal Federal", Aras, em manifestação enviada à corte nesta quarta-feira (3).

A apuração preliminar consiste no levantamento de informações junto aos órgãos públicos acerca das providências adotadas pelo governo federal no enfrentamento da crise sanitária.

Se a partir dos dados iniciais o chefe do Ministério Público Federal entender que houve, por exemplo, omissão por parte das duas autoridades, um inquérito poderá ser requerido ao STF.

Justamente o que ocorreu com o ministro da Saúde no episódio da falta de oxigênio em unidades hospitalares do Amazonas.

A pedido de Aras, Pazuello já responde a um inquérito junto ao STF. No fim de janeiro, a PGR pediu a instauração do procedimento e, dias depois, o ministro Ricardo Lewandowski autorizou a instauração da investigação. O inquérito foi instaurado na semana passada.

Os policiais encarregados da investigação estão interrogando o titular da Saúde nesta quinta-feira (4). O depoimento ocorre em um hotel de trânsito de oficiais do Exércio, no Setor Militar de Brasília.

Além da apuração preliminar da PGR, a atuação do Ministério da Saúde em relação à cloroquina também é alvo do TCU (Tribunal de Contas da União).

Uma auditoria da área técnica da corte de contas apontou irregularidades nas verbas destinadas à compra do remédio.

No caso de Manaus, por exemplo, onde houve o esgotamento de oxigênio nos hospitais, o Ministério da Saúde distribuiu 120 mil comprimidos do medicamento na cidade.

O que as unidades de saúde precisavam, porém, como anotado em diversos alertas feitos ao ministro, era de oxigênio. Pacientes morreram asfixiados.Bolsonaro defende o uso do medicamento desde o início da pandemia.

Em março, no início da pandemia, ele determinou que o Exército intensificasse a produção da cloroquina. A esperança do chefe do Executivo era que, com o passar do tempo, estudos comprovassem a eficiência do remédio no combate à Covid-19. Isso não se confirmou, mas o presidente segue na defesa do medicamento.

A investigação da PGR é uma resposta à notícia-crime em que deputados do PC do B afirmam que o governo federal tem responsabilidade direta no processo que levou à crise na capital amazonense.

Na visão da sigla, houve um "descompromisso" de Bolsonaro e de Pazuello no enfrentamento à Covid-19 na região que deixou "gestores locais à deriva, tendo que administrar por conta própria fluxos e demandas que, via de regra, dependem de uma lógica conjunta".

O partido afirma que a situação se estende para além de Manaus, primeira cidade em que o sistema de saúde entrou em colapso.

"A grave crise da falta de oxigênio, em decorrência da pandemia da Covid-19, cada dia vem ganhando novas proporções. Se na semana passada atingiu o município de Manaus, no dia 19 de janeiro os jornais já informam que o estoque de oxigênio está acabando em diversas cidades do estado do Pará", argumenta.

A sigla ainda cita uma força-tarefa criada pelo ministro da Saúde para instituir o tratamento precoce no Amazonas. A instauração dessa investigação é mais uma consequência sofrida por Pazuello por sua atuação em relação à crise em Manaus.

Antes mesmo de determinar abertura do inquérito, o ministro Ricardo Lewandowski já havia mandado o ministro promover com urgência todas as ações ao seu alcance para debelar a "seríssima crise sanitária" instalada na capital amazonense.

​Na ocasião, o magistrado também que deu 48 horas para o governo apresentar ao Supremo um plano detalhado sobre as estratégias que está colocando em prática ou pretende desenvolver para o enfrentamento da situação de emergência.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

politica G20 Há 23 Horas

"Fuck you" de Janja a Musk coloca em risco estratégia de Lula com Trump

brasil São Paulo Há 20 Horas

Mulher vê família ser assaltada, vai em casa e solta seu pitbull; vídeo

fama Redes Sociais Há 22 Horas

Maíra Cardi revela acordo sexual com Nigro para engravidar

fama Redes Sociais Há 16 Horas

Gkay posa de calcinha em frente ao espelho: 'que nave'

fama Luto Há 20 Horas

Cantor que venceu um câncer aos 18 anos morre em acidente de carro

lifestyle Signos Há 20 Horas

Estes são os signos mais modestos (e conservadores) do zodíaco

esporte Boxe Há 21 Horas

Mike Tyson revela problema de saúde após derrota para Jake Paul: 'Quase morri'

esporte Mercado de Transferências Há 23 Horas

Neymar fora dos planos de Abel: "Palmeiras não é departamento médico"

justica Distrito Federal Há 20 Horas

Mulher é morta a facadas pelo companheiro na frente dos filhos

brasil Santa Catarina Há 19 Horas

Casa do autor de ataque em Brasília pega fogo em Santa Catarina