© Shutterstock
O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom, defendeu que companhias que desenvolvem vacinas para a covid-19 façam acordos com outras empresas para aumentar a produção global dos produtos. Segundo ele, iniciativas como essa tornariam países mais pobres menos dependentes de doações de outras nações.
PUB
Tedros destacou que o número de pessoas vacinadas no mundo já ultrapassou as infecções globais por covid-19, mas alertou para o fato de que mais de 75% das doses administradas até agora foram aplicadas em apenas 10 países, apontando para uma forte concentração da imunização global. O diretor-geral também pediu que companhias compartilhem suas vacinas com a OMS mais rápido, de forma a acelerar a aprovação do uso emergencial dos produtos.
Segundo a diretora-geral adjunta da OMS, Mariângela Simão, há no momento 13 vacinas elegíveis para os estudos da OMS, sendo quatro em estágio avançado nas pesquisas. Entre elas está o imunizante da AstraZeneca, cujas doses fabricadas pelo Instituto Serum, da Índia, e pela SK Biopharmaceuticals, da Coreia do Sul, serão avaliadas por um grupo de cientistas independentes convocados pela OMS no dia 15 deste mês, informou Simão.
Questionada sobre a presença do Canadá entre os primeiros países a receber doses de vacinas por meio da iniciativa Covax, a cientista-chefe da OMS, Sumya Swaminathan, afirmou que o dispositivo não foi inicialmente planejado para priorizar ou distribuir doses apenas aos países de baixa renda. Swaminathan disse que a entidade não poderia prever os acordos bilaterais que foram feitos para a compra de vacinas, e afirmou que a OMS não deve "punir" nenhum governo por ter feito isso.