© Reuters
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Depois de derrubar o mercado com declarações e intervenção na Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) procurou tranquilizar investidores nesta terça-feira (23) ao afagar o ministro Paulo Guedes (Economia) e ao dizer que não quer brigar com a petroleira.
PUB
"Energia é uma coisa extremamente importante para nós. Não temos uma briga com a Petrobras. Queremos, sim, que, cada vez mais, ela possa nos dar transparência e previsibilidade", disse Bolsonaro ao discursar em um evento no Palácio do Planalto com dezenas de prefeitos de todo o país.
"Não precisamos esconder reajustes ou seja lá o que for que integra o preço final dos combustíveis", prosseguiu o presidente.Bolsonaro também comemorou a sinalização de recuperação da Petrobras um dia depois de a empresa registrar perdas de mais de 20% em suas ações.
Dirigindo-se a "todos aqueles que não se deixaram levar pelas falácias da mídia", ele disse que a estatal havia recuperado 10% nesta terça. "As acusações infundadas duraram poucas horas", afirmou.
Nesta tarde, Bolsonaro mudou de tom em relação ao atual presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.
Na segunda-feira (22), em conversa com apoiadores, o presidente disse que o chefe da estatal havia ficado 11 meses "sem trabalhar", referindo-se ao home office feito por causa da pandemia.
Já nesta terça, disse que sai "um bom gestor" para entrar "outro excelente gestor", referindo-se ao general Joaquim Silva e Luna.Diante das especulações de que Paulo Guedes poderia deixar o Ministério da Economia por causa da intervenção na Petrobras, Bolsonaro também procurou afagar o ministro.
"Uma das pessoas mais importantes nesta luta foi o senhor ministro Paulo Guedes, que, obviamente, por ser um homem que decide as finanças do governo, ele tem amigos e opositores, mas todo mundo, a todos, ele tratou com muita galhardia. E precisamos da economia para vencer a pandemia", disse Bolsonaro.